A Miss Brasil 2010 Débora Lyra
achou que tinha tirado a sorte grande quando no início deste ano recebeu a
proposta para ser garota-propaganda de um banco. Durante as negociações para
assinar o contrato, ouviu que deveria ser exclusiva da empresa, estar sempre
disponível para viagens e acompanhar empresários ligados à instituição
financeira. Pelo contrato de um ano ganharia o equivalente a um milhão de
euros. Até aí tudo bem. A coisa só começou a se revelar quando Débora quis
saber os pormenores do contrato, e a modelo acabou entendendo que a parte do
acompanhar empresários envolvia fazer sexo com todos eles. “Na hora fiquei
perdida. Nunca tinha recebido esse tipo de proposta. Já tinha lido a respeito,
mas você nunca acha que vai acontecer com você. Além disso, tive uma criação em
que você não vê maldade nas coisas. Acha que todo mundo é bom, honesto. Não vê
maldade no mundo”, diz ela, que recusou a proposta milionária, mas já voltou a
ser abordada novamente para o mesmo fim. “Outro dia minha assessora recebeu um
e-mail perguntando quanto eu cobrava para estar em uma festa fechada. Achamos
que era a chamada presença vip, e pedirmos mais detalhes: que tipo de festa
era, quanto tempo eu ficaria, o local. Aí a pessoa abriu o jogo perguntou se eu
fazia ficha rosa. Como foi antes da novela ‘Verdades Secretas’ começar, ficamos
intrigadas com o que seria ficha rosa. Fomos pesquisar e entendemos tudo.
Respondemos que não, e a pessoa nunca mais entrou em contato”.
Ficha rosa é o outro termo pelo
qual modelos que fazem programa também são conhecidas. O termo do momento é
book rosa – oriundo das agências de modelos e retratado na trama de Walcyr
Carrasco -, mas que engloba atrizes iniciantes, assistentes de palco de
programas de TV e dançarinas.
Carro, dinheiro e até
promoção no trabalho em troca de sexo
A fama parece ser ingrediente
extra para atrair compradores de corpos bonitos e famosos. Que o diga a modelo
e personalidade do carnaval Dani Sperle. Ela conta que já foi abordada em um
restaurante, durante um jantar com a proposta indecente. “Já aconteceu de eu
estar em um restaurante e um homem vir falar comigo. Acho que por ser do
carnaval, sair nua, isso cria um fetiche na cabeça dos caras. E eles oferecem
mesmo para você passar a noite com eles. Já recebi proposta de R$ 20 mil. Mas
não aceitei. Não é a minha”, diz ela que nunca foi procurada por agência ou
agenciadores interessados em vendê-la. Já Jéssica Lopes, que ganhou fama ao ser
clicada trocando de roupa em pleno aeroporto de Congonhas e ficou conhecida
como Peladona de Congonhas, as propostas de sexo em troca de dinheiro
independem de a pessoa ser famosa ou não. Mas ela reconhece que aumentam com a
fama. “Esse tipo de assédio não depende da fama, mas da beleza, da sensualidade
da mulher. Quando você tem fama, fica mais exposta. Principalmente se já posou
nua. As propostas sempre existiram e vão existir. Mas cabe a cada uma se
posicionar”, diz ela, que lembra já ter recebido a proposta de uma noite de
sexo em troca de um carro zero quando ainda era apenas uma professora de
matemática. “Quando eu lecionava matemática, recebi propostas indecentes que
iam desde a promoção no trabalho a um carro zero! Mas nunca aceitei”.
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