sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Bandido que era tido como 'arquivo vivo' de uma facção criminosa em Caucaia é morto horas após chegar no presídio

Bandido que era tido como 'arquivo vivo' de uma facção criminosa em Caucaia é morto horas após chegar no presídio
Edivaldo Rodrigues Alves, o "Bocão", era traficante e assassino

Um bandido que era tido como verdadeiro “arquivo vivo”, autor de vários assassinatos por “encomenda”, foi executado sumariamente na tarde da última quinta feira (27) dentro de um dos presídios do Município de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Conhecido pelo apelido de “Bocão”, o delinquente tinha chegado ao presídio horas antes e teria muito a contar sobre a atuação de uma facção criminosa que se instalou em Caucaia. Agia a mando de políticos e, conforme informações sigilosas, também a mando de um oficial da PM. No entanto, acabou morto de forma cruel. O “arquivo” foi queimado.
O corpo de Edivando Rodrigues Alves, “Bocão”, foi encontrado pelos agentes penitenciários por volta de 18 horas. Estava amarrado pelo pescoço nas grades de uma cela numa das Vivências (alas)  da Casa Privação Provisória da Liberdade Professor Clodoaldo Pinto, a CPPL 2.  No cadáver havia muitas marcas de violência, o que para a Polícia significa que a vítima foi espancada e torturada antes de ser estrangulada nas grades da cela.
Com a morte de “Bocão”, sobe para 56 o número de detentos assassinados, somente neste ano, em unidades do Sistema Penitenciário do Ceará, seja em presídios, penitenciária, casas de privação provisória da liberdade (as CPPLs) ou em cadeias públicas.

Mistério - O corpo do bandido foi encontrado por volta das 18 horas, mas ele pode ter sido morto algumas horas antes. “Bocão” havia chegado à CPPL 2 naquele mesmo dia. Sua presença na unidade era indesejada por vários presos. Quando tomaram conhecimento de sua iminente transferência para aquele presídio, teriam planejado o assassinato.
O bandido estava preso no Centro de Triagem Criminológica, em Caucaia, após ser capturado pelo setor de Inteligência. Ontem, foi transferido para a CCPL e não durou 24 horas. Com uma extensa ficha de mortes, o criminoso pretendia entregar às autoridades uma lista com os nomes dos mandantes dos assassinatos por “encomenda” que praticou em Caucaia. Não teve chance.
Quem matou “Bocão” a Polícia não sabe ainda. Contudo, não há mais dúvidas para as autoridades de que o crime foi determinado pelo comando de uma das facções que se instalaram nas cadeias cearenses e também na política local.
A Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania (Sejus), responsável pela administração do Sistema Penitenciário do Ceará, não se pronunciou sobre o fato.

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