Edivaldo Rodrigues
Alves, o "Bocão", era traficante e assassino
Um bandido que era tido como
verdadeiro “arquivo vivo”, autor de vários assassinatos por “encomenda”, foi
executado sumariamente na tarde da última quinta feira (27) dentro de um dos
presídios do Município de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Conhecido pelo apelido de
“Bocão”, o delinquente tinha chegado ao presídio horas antes e teria muito a
contar sobre a atuação de uma facção criminosa que se instalou em Caucaia. Agia
a mando de políticos e, conforme informações sigilosas, também a mando de um
oficial da PM. No entanto, acabou morto de forma cruel. O “arquivo” foi
queimado.
O corpo de Edivando Rodrigues
Alves, “Bocão”, foi encontrado pelos agentes penitenciários por volta de 18
horas. Estava amarrado pelo pescoço nas grades de uma cela numa das Vivências
(alas) da Casa Privação Provisória da
Liberdade Professor Clodoaldo Pinto, a CPPL 2.
No cadáver havia muitas marcas de violência, o que para a Polícia
significa que a vítima foi espancada e torturada antes de ser estrangulada nas
grades da cela.
Com a morte de “Bocão”, sobe para
56 o número de detentos assassinados, somente neste ano, em unidades do Sistema
Penitenciário do Ceará, seja em presídios, penitenciária, casas de privação
provisória da liberdade (as CPPLs) ou em cadeias públicas.
Mistério - O corpo do bandido foi
encontrado por volta das 18 horas, mas ele pode ter sido morto algumas horas
antes. “Bocão” havia chegado à CPPL 2 naquele mesmo dia. Sua presença na
unidade era indesejada por vários presos. Quando tomaram conhecimento de sua
iminente transferência para aquele presídio, teriam planejado o assassinato.
O bandido estava preso no Centro
de Triagem Criminológica, em Caucaia, após ser capturado pelo setor de
Inteligência. Ontem, foi transferido para a CCPL e não durou 24 horas. Com uma
extensa ficha de mortes, o criminoso pretendia entregar às autoridades uma
lista com os nomes dos mandantes dos assassinatos por “encomenda” que praticou
em Caucaia. Não teve chance.
Quem matou “Bocão” a Polícia não
sabe ainda. Contudo, não há mais dúvidas para as autoridades de que o crime foi
determinado pelo comando de uma das facções que se instalaram nas cadeias
cearenses e também na política local.
A Secretaria Estadual da Justiça
e da Cidadania (Sejus), responsável pela administração do Sistema Penitenciário
do Ceará, não se pronunciou sobre o fato.
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