domingo, 14 de maio de 2017

Brasileiro é condenado a mais de 6 anos de prisão na Rússia

Chianca é conhecido mundialmente por técnica (Foto: Facebook/ Reprodução)
Chianca é conhecido mundialmente por técnica

Preso há nove meses na Rússia por tráfico de drogas, o pesquisador paraibano, que vivia no Recife, Eduardo Chianca foi condenado a seis anos e meio de prisão. A informação foi confirmada pelo Itamaraty neste sábado (13). Ele foi detido em Moscou em agosto de 2016 por carregar em sua bagagem quatro garrafas de ayahuasca, um chá utilizado em terapias e rituais religiosos.
O órgão disse ainda que estão sendo estudadas medidas que possibilitem a transferência de Chianca para o sistema penitenciário do Brasil, para que ele cumpra a sentença imposta pelas autoridades russas em solo brasileiro.
Sem ver o marido desde que embarcou para a Rússia, a esposa Patrícia Alves diz que a decisão foi um milagre, tendo em vista o rigor da Justiça russa. “Estamos tristes porque queríamos um milagre maior, que seria sua absolvição, mas dentro da realidade essa penalidade foi um milagre. O juiz foi altamente complacente em dar essa penalidade porque esperávamos algo próximo a 17 anos de prisão ou, até, perpétua”, comenta, ao mencionar que a defesa ainda irá apelar. De acordo com Patrícia, a luta, agora, é para trazer o pesquisador de volta para o seu país.
A detenção ocorreu por causa da presença de dimetiltriptamina (DMT), uma substância encontrada na bebida e considerada ilegal pelas leis da nação estrangeira, mas aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela é uma substância com efeitos psicodélicos pertencente ao grupo das triptaminas, semelhante à serotonina. A DMT é o princípio ativo da ayahuasca e utilizada nos rituais do Santo Daime e da Jurema.
O pesquisador partiu para a Europa a convite de cientistas e estudiosos. Após passar pela Rússia, ele ainda faria palestras na Ucrânia, Suíça, Holanda e Espanha, de onde retornaria para o Brasil, no dia 17 de outubro do ano passado. Engenheiro eletrônico, Chianca abandonou uma carreira na área para se dedicar às terapias holísticas.
Em 2006, desenvolveu uma técnica que lhe rendeu reconhecimento internacional. A Frequência de Luz, como foi batizada, trabalha os diagnósticos a partir da leitura dos chacras e seu equilíbrio.

Índios da tribo Fulni-ó de Águas Belas se mobilizaram para tentar libertar o pesquisador (Foto: Patrícia Alves/Acervo Pessoal)
Índios da tribo Fulni-ó de Águas Belas se mobilizaram para tentar libertar o pesquisador

Durante os nove meses que esteve preso e sob julgamento, familiares e amigos de Chianca se reuniram na tentativa de trazê-lo para casa. A questão foi tema de uma conversa entre o presidente do Brasil, Michel Temer, e o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, durante o encontro dos BRICs, em Goa, na Índia, em outubro de 2016. Na época, Temer pediu que o governo russo reconsiderasse a situação do pesquisador.

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