A nova proposta para o setor
elétrico poderá fazer a conta de luz subir até 16,7%, dependendo da
distribuidora e do preço praticado no mercado. O percentual consta de
simulações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresentadas na
consulta pública que sugere mudança no regime de venda de energia de 14 usinas
hidrelétricas antigas da Eletrobras. Pela proposta, a empresa poderia voltar a
comercializar a energia a preço de mercado em troca do pagamento de um bônus à
União.
Chamado de descotização, esse
processo faria as tarifas subirem de 2,3% a 7,1%, dependendo da distribuidora,
caso o preço do megawatt-hora passe de R$ 40 (valor cobrado no regime de cotas
em condições normais dos reservatórios) para R$ 150. Caso o megawatt-hora seja
vendido a R$ 200, preço próximo aos praticados no mercado financeiro nos
contratos de energia para 2018, o impacto ficaria entre 3,8% e 11,9%.
Em outra simulação, as contas de
luz aumentariam de 5,3% a 16,7% se o preço de mercado do megawatt-hora fosse R$
250. As simulações consideram que a Eletrobras conseguria pagar os bônus por
todas as hidrelétricas que operam sob o regime de cotas. Se a Eletrobras
pagasse os bônus de apenas metade das usinas, informou a Aneel, as tarifas
aumentariam de 1,9% a 5,9%, se fossem cobrados R$ 200. Com preço de R$ 250, o
impacto ficaria entre 2,7% e 8,3%.
Parte do aumento poderia ser
compensada com a transferência do risco hidrológico dos consumidores para as
usinas. Atualmente, em caso de secas que provoquem queda nos níveis dos
reservatórios, os consumidores pagam uma tarifa extra na conta de luz. No novo
modelo, o governo está propondo que as usinas assumam o risco e arquem com os
custos extras.
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