O interno Francisco João Batista,
encontrado morto na tarde desta terça-feira (22), estava "declarado"
para morrer por uma facção rival a que ele pertencia. O detento foi transferido
justamente para a Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo
Pinto (CPPL II), unidade que concentra os detentos que queriam matá-lo.
Segundo o defensor público,
Emerson Castelo Branco, o preso que intitula de uma determinada facção foi
transferido para a unidade da facção rival. A família recebeu a informação que
ele seria levado para a CPPL2, justamente a unidade onde estão os detentos que
queriam executá-lo e compareceram a sede da Defensoria Pública.
Os familiares possuiam diversos áudios e
mensagens que mostravam ameaças contra o detento e queriam que a Defensoria
Pública impedisse a transferência dele. Ao entrar em contato com a Coordenadoria
do Sistema Penal do Estado (Cosipe), Emerson Castelo Branco diz que teve a
informação de que João Batista já havia sido transferido. O defensor público
buscou o diretor da CPPL 2, que foi até a cela e encontrou o detento morto.
Possível erro - Funcionários do sistema penitenciário
trabalham com a possibilidade de ter acontecido um erro de digitação na hora da
confecção do ofício que transferia o preso, que iria para a CPPL 3, mas o
número foi trocado por 2.
Indagado sobre a possibilidade de
um erro de digitação, o defensor Emerson Castelo Branco foi categórico em dizer
que é inaceitável esse tipo de erro, pois o preso foi encaminhado justamente a
rua da facção rival. "Um preso chega declarado para morrer e esse preso
não ia se manifestar. É básico perguntar se o preso é de facção a qual facção
ele pertence. E a facção não é algo que o preso esconda, pois é interesse dele
ficar na unidade que tem a sua facção. O preso vai em direção a rua que vai
morrer e não vai falar nada", perguntou.
Francisco João Batista respondia
na Justiça por crime de roubo. A Polícia Civil foi até a unidade prisional e ouviu
detentos.
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