As vítimas do incêndio provocado
intencionalmente pelo vigilante de uma creche em Janaúba (MG), na última quinta
feira (5), no qual 11 pessoas morreram e 43 ficaram feridas, terão apoio do
Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ) e Banco de Pele Animal do Ceará. Os
feridos, em sua maioria crianças, podem ser tratadas com curativos biológicos
de pele de tilápia do IAQ.
De acordo com a direção do IAQ, a
parceria foi solicitada pelo Ministério da Saúde, através da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa). A ajuda médica deve ser oficializada nas
próximas semanas, de acordo com o desenvolvimento do quadro médico das vítimas
do incêndio.
"Recebemos esse contato do
Ministério da Saúde e outros órgãos, inclusive, de instituições como a Unicef.
De prontidão, nos disponibilizamos a ajudar tanto com a pele de tilápia, que
temos em estoque suficiente para a demanda, bem como com os profissionais do
nosso grupo de pesquisa. Atualmente, contamos com cerca de mil peles de tilápia
para esse tipo de tratamento", afirma o IAQ.
A pele de tilápia é a primeira
pele animal do Brasil e a primeira de animal aquático do mundo estudada no
tratamento de queimaduras. O curativo biológico é usado em pacientes com
queimaduras de segundo e terceiro graus. Ela tem como vantagem a diminuição dos
procedimentos de troca de curativos, o que acarreta menos dor e desconforto.
Outro benefício é que a pele de
tilápia tem maior quantidade de colágeno dos tipos 1 e 3, proteínas importantes
no processo de cicatrização. Evita também a contaminação bacteriana e perda de
líquidos por exsudato, secreção de natureza inflamatória.
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