Com a possibilidade de uma
condenação impedir sua candidatura em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva fez, nesta última segunda-feira (9), um discurso inflamado contra a Lava
Jato, no qual disse saber que está "lascado", exigiu um pedido de
desculpas do juiz Sergio Moro e afirmou que, mesmo fora da disputa pelo
Planalto, será um cabo eleitoral expressivo para a sucessão de Michel Temer.
Segundo o petista, réu em sete
ações penais, o objetivo de Moro é impedir sua candidatura no ano que vem,
desidratando-o, inclusive, no apoio a um nome alternativo, como o do
ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), caso ele não possa concorrer à
Presidência.
"Eu sei que tô lascado, todo
dia tem um processo. Eu não quero nem que Moro me absolva, eu só quero que ele
peça desculpas", disse Lula durante um seminário sobre educação em
Brasília. "Eles [investigadores] chegam a dizer: 'Ah, se o Lula não for
candidato, ele não vai ter força como cabo eleitoral'. Testem", completou
o petista.
Para o ex-presidente, Moro usou
"mentiras contadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público"
para julgá-lo e condená-lo a nove anos e seis meses de prisão pelo caso do
tríplex em Guarujá (SP).
O ex-presidente disse ainda não
ter "medo" dos investigadores que, de acordo com ele, estão
acostumados a "mexer com deputados e senadores" que temem as
apurações.
"Eu quero que eles saibam o
seguinte: se eles estão acostumados a lidar com deputado que tem medo deles, a
mexer com senadores que têm medo deles, quero dizer que tenho respeito profundo
por quem me respeita, pelas leis que nós ajudamos a criar, mas não tenho
respeito por quem não me respeita e eles não me respeitaram", afirmou o
petista.
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