O Ministério Público do Estado do
Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações
Criminosas (GAECO) e da Promotoria de Justiça da Comarca de Jaguaribe, e a
Polícia Civil do Estado do Ceará prenderam preventivamente, nesta quinta-feira
(05), Monita Diógenes de Queiroz, Rebeca Diógenes de Queiroz e Brena Juliane
Diógenes Dias, proprietárias da Madeireira Sertaneja, localizada na cidade de
Jaguaribe.
As prisões ocorreram na segunda
fase da operação “A profecia”, deflagrada nas cidades de Jaguaribe e Fortaleza,
para cumprimento de mandados de prisão preventiva das empresárias, que são da
mesma família, e de busca e apreensão de documentos relacionados com as
práticas criminosas.
Durante a operação foi apreendido
material que comprova a prática de ameaças cotidianas a policiais civis
envolvidos nas investigações dos crimes cometidos pela organização criminosa; e
alterações contratuais e até extinção de empresas após a deflagração da
operação de busca e apreensão realizada em março deste ano nos endereços da
organização criminosa, o que caracteriza obstrução à Justiça.
A segunda fase da operação “A
profecia” contou com o apoio de mais de 30 policiais civis de equipes de
Jaguaribe e Fortaleza, de oito delegados da Polícia Civil e dos promotores de
Justiça Eloilson Augusto da Silva Landim e Edilson Izaias de Jesus Junior. Os
mandados de prisão preventiva foram concedidos pelo juiz titular da Comarca de
Jaguaribe, Lucas Medeiros de Lima.
ENTENDA O CASO - Iniciadas em
março deste ano, quando foi deflagrada a primeira fase da operação, em que foi
cumprido mandado de busca e apreensão na Madeireira Sertaneja, as investigações
apuram a prática de crimes de extorsão, denunciação caluniosa e falsidade
ideológica pelas empresárias.
Elas teriam o costume de ameaçar,
com armas de fogo, funcionários que pediam demissão, para os obrigar a assinar
um termo de reconhecimento de dívida, no qual eles negariam os seus direitos
trabalhistas. “Além disso, para o espanto geral, com a assinatura do termo,
eles saíam devendo as empresárias”, informa o titular da Promotoria de Justiça
da Comarca de Jaguaribe, Edilson Izaias de Jesus Junior.
Na busca e apreensão realizada no
mês de março foi apreendido um vasto material relacionado com uma série imensa
de outros crimes, como: a abertura de várias empresas e a colocação de vários
bens móveis e imóveis no nome de laranjas, que mal sabiam escrever os próprios
nomes, com a finalidade de lavar o dinheiro e os bens; a contração de vários
empréstimos em instituições financeiras no nome das empresas que eram
titularizadas pelos laranjas e que não eram adimplidos, o que deixavam as
dívidas, que somam valores superiores a R$ 5.000.000,00, no nome das vítimas; e
o uso de empresas em nome de laranjas para a participação em licitações na
Prefeitura Municipal de Jaguaribe, caracterizando crimes licitatórios.
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