Município de
Independência, no Ceará, registrou duas mortes e cinco casos da 'febre do vale'
em quatro meses
Duas pessoas morreram vítima de
uma doença rara conhecida como “febre do vale”, em 2017, no Ceará. Dez casos da
doença foram registrados no ano passado, sendo metade deles proveniente do
município de Independência. A Secretaria da Saúde enviou uma equipe de campo
para distritos do município a fim de orientar e investigar casos suspeitos.
A febre do vale é uma infecção
causada pelo fungo Coccidioides posadasii, registrada no Brasil desde a década
de 1990. Segundo Rita Cecília Martins Galvão, médica do município de
Independência que atendeu os casos, a região do Nordeste, por ser semiárida, é
considerada uma região endêmica desse fungo.
Caçadores de tatu se
expõem ao fungo que causa a febre do vale quando entram na toca do animal para
capturá-lo
Caça de tatus - Os casos
registrados no Ceará estão relacionados principalmente à caça de tatus no
interior. As duas pessoas mortas pela doença tinham histórico de prática da
caça, segundo a médica. De acordo com a secretaria, o adoecimento pode
acontecer com a exposição a partículas infectantes presentes no solo. Porém, essa
exposição deve ser intensa.
“O exemplo mais comum é a prática
de caçar tatus em que o caçador entra na toca em busca do animal e se expõe ao
fungo”.
Ainda de acordo com a médica
Cecília Martins, trabalhadores da construção civil, agricultores e pessoas que
ficam expostas intensamente ao solo estão sujeitas à inalação do fungo.
Conforme a médica, a doença não é contagiosa.
Os casos de Independência foram
registrados de setembro a dezembro, e as mortes ocorreram em um intervalo curto
após a internação do paciente.
Pacientes jovens - As vítimas são
em maioria jovens de 20 a 30 anos, do sexo masculino, e não possuem doenças
associadas. As duas mortes pela "febre do vale" registradas eram de
rapazes de 21 e 26 anos de idade. A Secretaria da Saúde lembra que em 60% dos
casos a infecção tem resolução espontânea.
A secretaria enviou à cidade
epidemiologistas de campo para realizar atividades de esclarecimento à
população sobre as formas de prevenção; busca de novos casos na comunidade;
além de reunião técnica com os profissionais de saúde do município para
orientação sobre a conduta clínica adequada diante de casos suspeitos.
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