Secretário Mauro Albuquerque
O secretário da Administração Penitenciária do Ceará, Mauro Albuquerque
afirmou que pretende adotar medidas para tornar mais rigorosa a fiscalização e
impedir a entrada de celulares nos presídios no estado. Os telefones são usados
por chefes de facção presos para ordenar crimes de dentro das celas.
A promessa do secretário de acabar com celulares nas unidades e
encerrar a divisão de presos nas detenções conforme a facção criminosa a que
pertencem foi o estopim para a crise na segurança no estado, que enfrenta o
sexto dia de uma onda de ataques violentos.
Nesta segunda-feira, ele afirmou que a fiscalização dos celulares é uma
medida "importante" para conter o crime no estado. "Investir nos
equipamentos que impeçam a entrada de objetos é um trabalho mais importante e
que vamos aprimorar aqui", afirmou.
"É preciso também que o Governo Federal realize uma pactuação
nesse sentido. O crime hoje está organizado nacionalmente, para além das
divisas. Então não adianta uma unidade possuir o bloqueio e as demais, não.
Iniciativas como o Sistema Único de Segurança Pública e o Fundo Penitenciário
são importantes para essa nacionalização das medidas", completou.
Experiência no Rio Grande do
Norte - Mauro Albuquerque já
havia administrado presídios em Rio Grande do Norte e enfrentou a rebelião no
presídio de Alcaçuz que resultou na morte de 26 internos.
"A atuação no Rio Grande do Norte foi pautada pelo disciplinamento
do sistema penitenciário, cumprindo o que diz a Lei da Execução Penal. O
objetivo é implantar no Ceará o que preceitua a Lei. O sistema aqui é maior,
portanto ainda mais desafiador. Estou motivado e pronto para agir 24 horas".
O secretário pretende levar adiante a promessa de acabar com a divisão
de presos por facção, como havia dito ao tomar posse do cargo, em 1º de
janeiro. "Os presos devem ser tratados de forma igual, como determina a
Lei. A organização deles e o funcionamento de um presídio devem ser de determinação
exclusivas do Estado"
Sobre como será a abordagem dos presos, ele afirmou também que seria conforme
a Lei de Execução Penal.
"Conheci de perto os esforços realizados no Ceará quando aqui
estive, por seis meses, em 2016, auxiliando na estabilização do sistema, como
parte da Força Integrada Penitenciária de Intervenção (FIPI). Nessa época,
atuei dentro das unidades prisionais e tive um contato estreito com o sistema
penitenciário cearense. O Ceará tem boa estrutura, faz investimentos e vem buscando
ser referência nesta área".
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