Policial civil cobrava dinheiro
de líder de uma organização criminosa para não interferir nas atividades do
grupo
Uma inspetora de polícia lotada no 12º Distrito Policial foi afastada
das suas funções na tarde desta quarta-feira (13), durante uma investigação do
Grupo de Atuação de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) que apura uma
denúncia de extorsão. A unidade policial também foi alvo de um mandato de busca
e apreensão cumprido pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI/CGD).
Segundo a investigação do Gaeco, a policial exigia dinheiro de um líder
local de uma organização criminosa e seus traficantes subordinados para que não
houvesse nenhum tipo de interferência dos agentes de segurança do Estado no
desenvolvimento da atividade criminosa do grupo. “Com o dinheiro em mãos e na
certeza da impunidade, a inspetora influenciava a sua equipe de policiais a
permitir que os membros da organização criminosa trabalhassem
desembaraçadamente, distante dos olhos da Lei”, explica o coordenador do Gaeco,
promotor de Justiça Rinaldo Janja.
Foi apurado que na época dos primeiros pagamentos, em 2015, a policial
era lotada na área do 32º Distrito Policial, no bairro Bom Jardim, unidade
responsável pelas investigações de infrações penais na área de atuação do grupo
criminoso.
O mandado de busca e apreensão e a cautelar de afastamento das funções
foram deferidos pelo Juízo da 16ª Vara Criminal, que também já recebeu a
denúncia ofertada contra a policial pelo crime de extorsão (art. 316 do Código
Penal), que consiste em constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa, com pena de
reclusão de quatro a dez anos, e multa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário