Operação foi realizada pela
Polícia Civil
A Polícia Civil do Estado do Ceará mapeou e desarticulou nesta
quinta-feira, 21, um esquema de recrutamento referente a uma facção criminosa
com atuação no estado do Ceará e cumpriu 46 mandados de prisão. As ações
aconteceram em 15 municípios e foram resultado de investigações da Delegacia de
Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
21 dos mandados foram cumpridos contra internos do sistema
penitenciário do Estado. Outras 17 pessoas foram presas em Fortaleza, Região
Metropolitana e Interior. Os recrutamentos aconteceram no período dos ataques
de organizações criminosas no começo do ano. Os "batismos" da facção
eram realizados por meio de celular, sob a coordenação de detentos.
A operação denominada Aditium, que significa ingresso, teve um efetivo
de 250 policiais civis distribuídos nos municípios de Aracati, Barbalha, Caucaia,
Forquilha, Fortaleza, Horizonte, Iguatu,
Juazeiro, Pacatuba, Quixadá, Jaguaruana, Itaitinga, Eusébio, Pedra Branca e
Canindé. Os policiais saíram ainda na madrugada desta quinta-feira, 21, e a
operação aconteceu de maneira simultânea.
Delegado geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Sabóia Rattacaso falou
sobre a estratégia de ação no combate ao tráfico de drogas, tráfico de armas e
lavagem de dinheiro. A operação da Draco
teve apoio das Especializadas, do Ministério Público e do Poder
Judiciário, por meio da Vara das Organizações Criminosas.
Para o delegado titular da Draco, Harley Filho, o recém-integrante tem
várias funções na facção, seja de cobrança de droga, expulsão de moradores e
até questionar se o morador é um 'X9", que na linguagem dos criminosos é a
pessoa que realiza denúncias à Polícia. "Essa é uma série de delitos que
eles podem perpetrar para ganhar um conceito dentro da facção".
O perfil dos "novatos" nas facções é de jovens, a maioria na
faixa etária dos 20 anos e com antecedentes criminais. Entre os presos há
pessoas que respondem na Justiça por tráfico de drogas, homicídio e porte
ilegal de arma de fogo. Eles, conforme o delegado Harley, são os responsáveis
pelos crimes diretos, como as execuções e expulsões, pois as lideranças não atuam
diretamente nessas ações.
Essas pessoas foram cooptadas pelas facções na época dos ataques
criminosos, quando houve uma série de atentados a coletivos, prédios e veículos
particulares. Conforme Rattacaso, o objetivo da Polícia Civil tem sido atuar em
toda a cadeia hierárquica.
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