Droga seguiria à Europa, mas foi
interceptada pela Receita Federal no Porto de Santos - Bruno Lamego Alves, de 32 anos, foi preso por
suspeita de organizar o esquema - Ele nega os crimes
Empresário é preso pela Polícia
Federal suspeito de enviar 760 Kg de cocaína para a Europa
A investigação da Polícia Federal que resultou na prisão do empresário
Bruno Lamego Alves, de 32 anos, por envolvimento com o tráfico internacional de
drogas, identificou que ele utilizou nomes e contas fictícias para tentar
despistar eventual responsabilização pelo envio de 760 kg de cocaína à Europa
pelo Porto de Santos (SP). A defesa diz que o cliente é inocente.
Bruno foi preso por ordem da Justiça Federal, que também determinou o
cumprimento de mandado de busca no apartamento de luxo dele, no bairro
Aparecida. Foram apreendidos documentos, computadores e celulares do
empresário, além de 11 chips telefônicos e lacres utilizados em contêineres de
exportação.
Os investigadores identificaram que Bruno utilizou nomes fictícios para
simular as negociações da compra de sacas de fubá de milho que seriam
despachadas ao porto de Antuérpia, na Bélgica. A aquisição da mercadoria, na
verdade, tinha por objetivo ocultar o carregamento de cocaína e, assim,
despistar a fiscalização no cais santista.
Carga com cocaína achada no Porto
de Santos, SP, é atribuída a Bruno pela PF
O rastreamento de e-mails e telefones falsos do investigado fez com que
o empresário fosse apontado como um dos responsáveis por organizar o esquema. A
inserção da droga nos contêineres ocorreu em um terreno em Guarujá (SP), onde
também foram encontradas sacas de fubá de milho retiradas das caixas metálicas
para darem lugar à cocaína.
Antes de se tornar empresário, Bruno também já foi funcionário em
outras três firmas em Santos (SP), todas do setor logístico-portuário. A
suspeita é que o conhecimento adquirido na atuação no comércio exterior tenha
sido utilizado para a atividade ilícita, desmantelada depois que a Receita
Federal achou a droga nos contêineres.
Empresário foi levado à Delegacia
da PF em Santos
A polícia também constatou que Bruno tem ligação com investigados no
âmbito da Operação Brabo, deflagrada em setembro de 2017, e que levou à
apreensão de nove toneladas de cocaína que seriam enviadas a portos da Europa.
Em 10 de maio, 26 integrantes da quadrilha foram condenados: as penas aplicadas
somam 400 anos.
Atualmente, Bruno é sócio-proprietário de pelo menos três empresas
ativas situadas em Guarujá: uma de importação e exportação de mercadorias,
outra de assessoria comercial logística, e de uma adega. Antes de apagar os
perfis nas redes sociais um dia depois de ser preso, ele aparecia em fotos e
vídeos com artistas, atletas e políticos.
Investigação - A Polícia Federal investiga a participação
de Bruno na tentativa de envio de 760 kg de cocaína para a Bélgica. O
carregamento foi interceptado no Porto de Santos, em fevereiro de 2017, durante
operação com a Receita Federal, que localizou 27 bolsas com tabletes da droga
em dois contêineres com fubá de milho. Ninguém foi preso na época.
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