Os quatros foram presos no âmbito
da Operação Vertex, um desdobramento da Maus Caminhos, que investiga a prática
de crimes de corrupção passiva
Omar José Abdel Aziz é atual
senador pelo Amazonas
A Polícia Federal cumpriu na sexta-feira (19) mandado de busca e
apreensão na residência do ex-governador do Amazonas e atual senador Omar José
Abdel Aziz (PSD), em Manaus, e também prendeu três irmãos do senador e a sua
mulher, Nejmi Aziz - que é vice-presidente estadual do PSD. Os quatros foram
presos no âmbito da Operação Vertex, um desdobramento da Maus Caminhos, que
investiga a prática de crimes de corrupção passiva, lavagem de capitais e
organização criminosa.
De acordo com a Polícia Federal, o foco é apurar supostas entregas de
dinheiro em espécie e negócios que envolveriam, entre outros instrumentos,
contratos de aluguel e de compra e venda de imóveis.
A Operação Vertex cumpriu no Amazonas, em Brasília e em São Paulo 49
ordens expedidas pela Justiça Federal - sendo nove mandados de prisão
temporária, 15 mandados de busca e apreensão, sete mandados de sequestro de
bens móveis e 18 mandados de bloqueios de contas de pessoas físicas e
jurídicas, congelando cerca de R$ 92,5 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal, os investigados são pessoas
físicas e jurídicas ligadas ao ex-governador .
Candidata - A ex-primeira-dama foi candidata a
deputada estadual nas eleições do ano passado, mas não foi eleita. Na ocasião,
Nejmi Aziz declarou mais de R$ 30 milhões em bens ao Tribunal Superior
Eleitoral, valor quase 20 vezes superior ao de seu marido, que concorreu ao
governo do Amazonas em 2018 - e que informou à Corte que possuía pouco mais de
R$ 1,5 milhão em bens.
Segundo a Polícia Federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) desmembrou
a investigação porque foram encontrados indícios de que "um ex-governador
do Amazonas teria recebido vantagens indevidas" - por exercer o cargo de
senador, o político poderia ter direito a foro privilegiado no Supremo.
A Polícia Federal informou que, por conta de um entendimento do Supremo
- de que o foro por prerrogativa de função conferido aos deputados federais e
senadores se aplica apenas a crimes cometidos no exercício do cargo e em razão
das funções a ele relacionadas -, o ministro Dias Toffoli, presidente do STF,
determinou a transferência da investigação ao juízo de 1.ª instância, e assim,
em janeiro deste ano, a investigação foi retomada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário