O Ministério Público deverá pedir
à Justiça a quebra do sigilo telefônico de PMs
Câmera flagrou o momento em que
agentes da CGD atiram nas costas do PM
Após a operação desastrosa que terminou com um policial militar
atingido com um tiro nas costas, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos
da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD), recorre, agora, ao
Ministério Público Estadual (MPE) para que este
investigue supostas ameaças aos seus agentes por uma “milícia”.
O caso foi parar na Promotoria de Justiça de Fortaleza, onde uma
promotora (identidade preservada) deve entrar, nos próximos dias, com pedido
judicial de quebra de sigilo telefônico dos membros da suposta “milícia” que
estaria ameaçando policiais civis, escrivães e delegados que compõem a
Delegacia de Assuntos Internos (DAI), órgão da Polícia Civil instalado nas
dependências da CGD.
São da DAI os agentes que balearam o cabo PM Francisco Thiago Gomes da
Silva, o PM que estaria sendo investigado por praticar crime de extorsão contra
um comerciante e sua família para não ser preso. No dia 20 de agosto, Thiago
foi abordado pelos agentes no bairro Antônio Bezerra, que estariam escoltando o
comerciante ameaçado. Ao tentar fugir de uma eventual prisão, o PM recebeu um
tiro de pistola nas costas. As cenas da ação desastrosa da CGD foram filmadas e
as imagens desmentiram a versão oficial que o órgão deu à Imprensa sobre o
assunto.
Ameaças e ligações - De acordo com o novo desdobramento dos
fatos, a CGD teria encaminhado ao Ministério Público o pedido para que sejam
investigadas ameaças aos seus agentes e, para isso, o MP necessitaria da quebra
do sigilo telefônico a fim de interceptar ligações entre policiais militares
que teriam formado uma “milícia” na Capital.
Para os militares, entretanto, a estratégia da CGD seria desviar o foco
diante da ação desastrosa de seus agentes e de permanentes denúncias de abuso
de autoridade, operações com constrangimento ilegal e questionamentos sobre a
necessidade e legalidade da existência do órgão. Nas mãos do governador Camilo
Santana (PT), já existe um pedido de extinção da Controladoria.
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