Operação da Polícia Civil e
Cagece identificou o furto de água na zona rural de Acopiara
Quase 54 mil pessoas que moram no Município de Acopiara, na região
Centro-Sul do Estado, estão com o abastecimento de água sob constante ameaça de
interrupção. Isto porque, o Açude Trussu, principal responsável por garantir o
fornecimento de água às cidades de Iguatu e Acopiara, está atualmente com
apenas 2,44% de sua capacidade total - o
pior índice desde a sua construção, em 1996.
Como alternativa para garantir acesso hídrico aos acopiarenses, o
Governo do Estado construiu uma adutora, do reservatório Trussu até a cidade de
Acopiara, com 40 km de extensão. No entanto, este equipamento tem sido alvo de
ações criminosas, trazendo ainda mais obstáculos para a segurança hídrica de
Acopiara. Ao longo de toda a extensão da adutora, criminosos estão afrouxando as
braçadeiras da adutora. "Com isso, ocorre um vazamento da água que pode
ser utilizada em benefício de rebanhos, como também para irrigar campos de
pastagem".
Este tipo de crime "é comum no período de estiagem".
Fiscalização - Na tarde da última quarta feira (4), um
grupo composto por membros da Cagece e policiais civis de Acopiara fizeram uma
inspeção em áreas denunciadas por moradores. Na localidade de Quincôe, na zona
rural de Acopiara, distante cerca de 30 km da sede do Município, as equipes
atestaram o furto de água. O delegado Glauber Ferreira, que acompanhou a
operação, garantiu que a Polícia já tem pistas do suspeito, "mas que a
identidade será mantida em sigilo até constatar o aspecto doloso do crime".
A Cagece não revelou quanto, em litros, foi furtado na adutora, contudo, garantiu
que o crime "compromete o abastecimento de toda a cidade".
Diante do baixo nível do reservatório Trussu, o Município passa,
atualmente, por rodízio de água.
O trabalho de inspeção da adutora terá continuidade nos próximos dias devido
à extensa área do equipamento. A denúncia da população é fundamental para coibir
este crime. Glauber reforça que, caso seja constatado o dolo, o suspeito poderá
ser indiciado por furto e por dano ao patrimônio público, este último, com pena
de detenção de um a seis meses ou multa, conforme preconizado pelo Código Penal
brasileiro.
Medidas - Além de intensificar a fiscalização, a
Cagece informou que aplicará uma tinta especial em todas as braçadeiras da
adutora. A medida visa identificar quando o equipamento for danificado de forma
proposital. As áreas mas propícias ao furto de água são em áreas próximas a
propriedades rurais.
Criminosos afrouxam as
braçadeiras da adutora para gerar vazamentos e irrigar o plantio
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