sábado, 7 de setembro de 2019

Investigação do MPCE mostra que líder do PCC no Ceará tem sociedade com PMs

Marcio Perdigão tem base de atuação no Bom Jardim

Márcio Perdigão

As investigações sobre um dos maiores líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Fortaleza levou o MP-CE (Ministério Público do Ceará) a descobrir um grupo criminoso composto por ao menos dez policiais militares que atuavam como sócios do traficante de drogas no bairro do Bom Jardim, em Fortaleza.
O traficante investigado era Márcio Perdigão, detido na região metropolitana de Fortaleza e com uma extensa ficha criminal. No último dia 30, uma operação chamada Maçãs Podres cumpriu mandados de prisão e deteve dez policiais. Dos 17 suspeitos de tráfico, havia 11 presos e seis foragidos até a terça-feira (2).
Em nota a PM do Ceará informou que os policiais vão passar por investigação administrativa na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública.

Atuação em varejo - O coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) do MP-CE, promotor Rinaldo Janja, afirma que os policiais atuavam no “varejo’, ou seja, sem bandeira específica de facção. “Eles tinham chefe, que coordenava tudo. Agiam nos negócios de traficantes em detrimento dos concorrentes deles”.
Segundo o promotor, eles devem ser denunciados por crimes de corrupção passiva, associação ao tráfico e organização criminosa. “Eles se apoderavam das drogas e vendiam. Associavam-se com os traficantes no Bom Jardim”.
O bairro do Bom Jardim é um conhecido por altos índices de violência. “Lá tem muita atuação de tráfico, com comando do PCC. Márcio Perdigão é o líder do tráfico da região. O chefe da quadrilha [de PMs] articulava tudo com os policiais, e eles davam proteção a ele”.
Márcio Perdigão é apontado como um dos maiores líderes do tráfico na capital cearense. Denunciado em duas ações penais, ele está detido na CPPL (Casa de Privação Provisória de Liberdade) 3, em Itaitinga, na Grande Fortaleza.
Em maio, o governo pediu a transferência dele para um presídio federal, mas teve a solicitação rejeitada pela justiça. Ele estaria entre os líderes da série de ataques que o Ceará sofreu no início do ano.

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