O sargento Jeovane Moreira Araújo
é apontado como o líder de uma quadrilha de PMs que se ligava a traficantes
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A Base Aérea de Fortaleza foi
invadida por homens armados e roubada em maio de 2016 - Três fuzis e uma
pistola foram levados pelos criminosos
Um policial militar tentou proteger um suposto traficante na
investigação do roubo de quatro armas de fogo (três fuzis e uma pistola) da
Base Aérea de Fortaleza, em 20 de maio de 2016, segundo o Ministério Público do
Ceará (MPCE). O sargento Jeovane Moreira Araújo é apontado como o líder de uma
quadrilha de PMs que se ligava a traficantes.
O sargento Jeovane e mais 9 colegas de farda foram presos no dia 2 de
agosto, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Maçãs Podres. Na
última sexta-feira (30), a segunda fase da operação resultou na prisão de onze
supostos traficantes. Os 21 presos e mais quatro foragidos são acusados pelos
crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, extorsão, corrupção
ativa e passiva, porte e posse ilegal de arma de fogo e organização criminosa.
De acordo com a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate às
Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, um traficante identificado como
Leandro de Sena Braga ligou para Jeovane para pedir que a investigação do roubo
à Base Aérea não respingasse nele, já que o seu irmão, Paulo de Oliveira Braga,
era um dos participantes do crime.
O sargento responde que o homem não será detido e o orienta a pedir ao
seu irmão para se desfazer das armas roubadas e avisar à polícia sobre a
localização. Os telefonemas entre os investigados foram interceptados com autorização
da Justiça Estadual.
Na sequência, o PM liga para um amigo, o também sargento Glaydson
Eduardo Saraiva (também denunciado pelo MPCE), para solicitar que o militar não
efetue a prisão de Leandro. 'Gordinho' - como Glaydson era chamado - responde
que a investigação vai chegar até o nome dele. Então, Jeovane volta a ligar
para o suposto traficante para alertá-lo: "o negócio vai fechar aí".
Mais envolvidos - Ainda conforme a denúncia, o militar
recorre a outro colega de farda, lotado no Serviço Reservado da Polícia
Militar, o tenente Edmílson de Souza Amaro (outro acusado). Este PM propõe que
o traficante indique a localização do seu irmão e diz que irá conversar com os
outros PMs.
"O contexto dos áudios deixa claro o empenho dos policiais em
afastar o nome do traficante Leandro das investigações com o objetivo de
conseguirem com isto alguma vantagem. Como se vê, a teia criminosa estabelecida
entre policiais e traficantes é estável, bem estruturada e, muitas vezes,
autossustentável, operando numa simbiose perfeita", conclui o Gaeco, apesar
das investigações não apontarem como terminou o caso.
O suposto traficante Leandro Braga foi assassinado antes do esquema
criminoso ser descoberto, no dia 28 de maio de 2017.
As investigações descobriram que dois soldados da Aeronáutica e mais
quatro pessoas participaram da ação ousada. Em julgamento realizado em julho de
2017, os soldados foram condenados a 18 anos e 16 anos de prisão, e outro réu,
a nove anos de prisão.
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