segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Saga criminosa da quadrilha dos “Pipocas” chega ao fim com a morte do seu chefe

"Neudo Pipoca" e três membros do bando morreram em tiroteio com a PM de Tocantins

Os criminosos eram temidos na região de Quixadá, mas acabaram mortos no Tocantins
"Neudo Pipoca" (o 1º à esquerda) comandava o bando

Chegou ao fim a saga criminosa de um grupo familiar  cearense envolvido em roubos a bancos, ataques a carros-fortes, seqüestros e mortes de policiais em  diversos estados brasileiros. Nos próximos dias deverão chegar ao Ceará os corpos dos quatro bandidos que pertenciam à família dos  “Pipocas”, que morreram, na madrugada da última sexta-feira (1º), em confronto com a Polícia Militar no estado do Tocantins.  Ontem, as autoridades daquele estado apresentaram  à Imprensa as armas da quadrilha.
Os quatro bandidos mortos foram identificados como:  Elineudo Oliveira Silva, Elineuton Oliveira Silva (irmãos), Ângelo Márcio Rodrigues e Paulo Sérgio de Oliveira. Todos eram naturais do Município de Quixadá, no Sertão Central do estado.

Mortes - De acordo com as investigações das autoridades de Tocantins, a quadrilha atacou e explodiu um posto bancário (Bradesco) na Região do Pequizeiro, na última quinta-feira (31), e trocou tiros com a PM horas depois. Em seguida, o grupo tentou atacar um carro-forte. Houve um segundo tiroteio com a Polícia na madrugada de sexta-feira, ocasião em que o sargento Gama e os quatro bandidos cearenses acabaram mortos. O confronto aconteceu entre os Municípios de Goianorte e Araguacema, no estado do Tocantins.
Armados com fuzis, os criminosos dispararam tiros contra as patrulhas da Companhia de Ronda Tática Motorizada (Rotam), do Batalhão de Policiamento de Choque da PM de Tocantins. Os militares revidaram, se estabelecendo o confronto no matagal às margens da rodovia TO-342.

Chefe do bando - O cearense Elineudo Oliveira Silva, 47 anos, conhecido como “Neudo Pipoca”, era apontado como o chefe da “Quadrilha dos Pipocas”. Um dos principais grupos criminosos especializados em ataques a bancos do Ceará, que já teve membros presos em Gurupi, no estado de Tocantins,  em 2017, por explodir uma agência do Banco do Brasil na cidade e fugir com mais de R$ 5 milhões.
O grupo foi preso em janeiro de 2015, em uma grande caçada policial, após tentativa frustrada de assalto a um comboio formado por três carros-fortes no Município de Russas. Na fuga, os assaltantes se embrenharam no matagal e invadiram uma fazenda, tomando uma família inteira como refém, na noite de 14 de janeiro. Foram seis horas de cerco, tiroteio e negociações, até que os cinco criminosos se entregassem às autoridades. Dois deles ficaram feridos.
O bando foi levado  para Fortaleza e autuado em flagrante na Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). Posteriormente, o flagrante foi convertido em prisão preventiva pelo juiz da Comarca de Russas. Mas, em março de 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu soltar os cinco membros dos “Pipocas”, incluindo Elineudo Silva, por meio de habeas corpus concedidos pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF, com base no argumento de que a prisão preventiva por dois anos configurou excesso de prazo na custódia que se diz provisória.

Várias prisões - Depois disso, “Neudo Pipoca”, foi preso novamente pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no dia 11 de junho de 2017 ao transitar de forma suspeita em uma caminhoneta modelo L-200 Triton, que foi parada pelos policiais. A abordagem se deu em uma fiscalização de rotina no município de Gurupi, no Estado do Tocantins. Ao verificar o nome dos três ocupantes, a Polícia constatou que ‘Neudo’ tinha um mandado de prisão preventiva em aberto e efetuou sua detenção. Um dos dois homens que acompanhava Elineudo Silva, também era membro da “Quadrilha dos Pipoca” e já havia sido preso em outra oportunidade com o bando.
Horas depois, um bando explodiu o Banco do Brasil da cidade, fez reféns e fugiu com mais de R$ 5 milhões. A Polícia Civil do Tocantins informou, naquela época, que pediu a prisão preventiva de “Neudo” por entender que ele se deslocava para encontrar o restante do grupo e praticar a ação criminosa, porém não houve flagrante e a prisão não ocorreu. Além de mais de R$ 5 milhões, foram encontrados um caminhão e duas caminhonetes abandonados, em um matagal. Em um dos veículos estavam acondicionados 68 quilos de dinamite.

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