João Gregório chegou a tomar mais
cuidados, como correr dentro de casa - Mas decidiu voltar a correr em volta do
açude, no dia 24 de dezembro de 2019
João Gregório Neto foi
assassinado na manhã do dia 24 de dezembro de 2019, em Granjeiro
O assessor do prefeito de Granjeiro João Gregório Neto, assassinado no
último dia 24 de dezembro, afirmou que chegou a alertar o gestor sobre a
possibilidade de um atentado. Segundo Kléber Freitas, que trabalhava com João
Gregório há três anos, os rivais políticos do gestor estariam dispostos a tomar
a Prefeitura 'a qualquer custo'.
Freitas revelou que os rivais tentariam, primeiramente, fazer denúncias
de supostos crimes cometidos por João Gregório à Polícia Federal (PF) e ao
Ministério Público do Ceará (MPCE). O político era investigado na Operação
Bricolagem, deflagrada em novembro de 2018 para apurar fraudes em licitações de
empresas para a construção de escolas.
"Chegou a um certo ponto que, em outubro do ano passado,
procuraram alguns vereadores, tentando afastá-lo pela Câmara. O pai do atual
prefeito procurou, oferecendo dinheiro, uma D-20 (veículo). Perguntaram o que o
vereador queria. Ele queria ser prefeito, a qualquer custo. Viviam marcando
data na cidade: 'tal dia, o prefeito é Ticiano Tomé'", afirma Kléber
Freitas.
"Quando aconteceu esse fato, eu chamei o prefeito. 'João, eles
estão vendo que não vão conseguir te afastar por Justiça, pela Câmara eles não
conseguem porque a gente sabe os nossos vereadores. Então tu cuida na tua vida,
que vão atrás de te matar'. Eu disse isso com todas as palavras. Não foi só
uma, nem duas, nem três vezes. Foram várias vezes", completa.
O prefeito, então, começou a tomar mais cuidados. "Um deles foi
correr no pátio da casa dele, com medo. Porque antes ele corria na rua, na
parede do açude. Também contratou um segurança, que dormia sempre na casa
dele".
Mas João Gregório decidiu voltar a correr em volta do açude, na manhã
do assassinato. E foi morto a tiros. Dois suspeitos de ligação com o caso foram
presos pela Polícia Civil, que também pediu a prisão do antigo vice-prefeito
(agora prefeito) Ticiano Tomé e do pai dele, Vicente Félix de Souza, conhecido
como 'Vicente Tomé'. A Justiça Estadual negou. Vicente está sendo monitorado
por tornozeleira eletrônica.
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