Três policiais foram presos em
flagrante no primeiro dia do motim, quando tentaram esvaziar pneus de um carro
da polícia - Outros 43 foram presos por deserção, ao faltarem a uma convocação
para trabalhar no carnaval
Policiais foram presos no Ceará
por abandono de trabalho e vandalismo
A vara da auditoria militar da Justiça Estadual do Ceará mandou soltar,
nesta segunda-feira (2), 46 policiais militares que foram presos por deserção
ou por motim. Três deles haviam sido presos dia 18 de fevereiro, 1º dia do
movimento, por esvaziar pneus de carros da polícia. Os demais foram presos por
deserção, após faltarem a uma convocação para trabalhar durante o carnaval.
A decisão ocorre um dia após os policiais votarem pelo fim da
paralisação, que ocorria há 13 dias. A principal reivindicação dos policiais, a
anistia para os militares envolvidos no motim, não foi atendida pelo governo.
Conforme o juiz Roberto Soares Bucão Coutinho, autor da decisão, afirma
que a prisão dos policiais "teve como fundamento a garantia da ordem
pública e a necessidade de manter a hierarquia e disciplina". Com o fim do
motim, ainda conforme o juiz, "a prisão, diante do novo cenário, torna-se
desarrazoada [sem razão]".
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do
Ceará (SSPDS), dos 43 casos de deserção, em 38 os policiais se apresentaram
espontaneamente. A deserção especial é uma infração contida no Código Penal
Militar, que prevê pena de detenção de até três meses em caso de punição.
Conforme a Polícia Militar, os policiais presos foram isolados e
ficaram sem contato com presos comuns do sistema penitenciário do Estado. A
medida segue as regras do artigo 295 do Código de Processo Penal.
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