segunda-feira, 20 de abril de 2020

Acusado de ordenar mortes de Gegê e Paca, número 2 do PCC chega ao Brasil

Considerado um dos criminosos mais procurados pelo Brasil, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho" atuou à frente de um cartel de drogas baseado na Bolívia

'Fuminho' estava foragido havia mais de 20 anos e foi encontrado em Moçambique — Foto: TV Globo/ Reprodução
Gilberto Aparecido dos Santos, o "Fuminho", chegou ao Brasil no início da tarde deste domingo (19) no Aeroporto Internacional de São Paulo, rumo a presídio federal de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná.
Foragido há mais de 20 anos, ele foi preso em Moçambique no último dia 13 e é considerado um dos criminosos mais procurados pelo Brasil, tendo atuado à frente de um cartel de drogas baseado na Bolívia que alimentou por anos a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) com armas e cocaína.
Braço direito do número um do PCC, Marcos William Herbas Camacho, o 'Marcola', 'Fuminho' é acusado de ordenar as mortes de dois membros da cúpula da facção criminosa no Ceará: Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue' e Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca'.
A PF classificou a ação que prendeu "Fuminho" como uma "megaoperação internacional", que contou com a participação do Itamaraty, do departamento antidrogas dos Estados Unidos (DEA), do Departamento de Justiça americano e do Departamento de Polícia de Moçambique. "O preso era considerado o maior fornecedor de cocaína a uma facção com atuação em todo o Brasil, além de ser responsável pelo envio de toneladas da droga para diversos países do mundo", afirmou a corporação.
A Polícia Federal afirmou que já monitorava "Fuminho" há tempos, sendo que ele estava há cerca de um mês em Moçambique, onde foi encontrado com drogas e com um passaporte brasileiro falso que foi confeccionado na Bolívia.
A lista do Ministério da Justiça indica que Fuminho fugiu da prisão em 1998 para o Paraguai e Bolívia. Ele é apontado ainda como um dos responsáveis pela logística do plano de fuga de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, maior líder do PCC, da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em 2014.

DUPLO HOMICÍDIO - 'Gegê do Mangue' era uma liderança do PCC abaixo de 'Marcola', e 'Paca', o braço direito de 'Gegê'. A dupla foi alvo de uma emboscada, com uso de helicóptero, e morta a tiros em uma aldeia indígena de Aquiraz, no dia 15 de fevereiro de 2018. Um bilhete, encontrado dias depois na Penitenciária Maurício Henrique de Guimarães, a P2, em Presidente Venceslau, São Paulo, começou a desvendar o crime misterioso.
O texto trazia a revelação, feita por Wagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro', a presos, de que 'Fuminho' tinha ordenado a morte dos antigos comparsas, que "estavam roubando", referindo-se a um suposto desvio de dinheiro do PCC para uma vida de luxo que eles levavam no Ceará. Uma semana depois do duplo homicídio, 'Cabelo Duro' - que seria um dos autores do crime - foi executado em frente a um hotel em São Paulo.

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