Considerado um dos criminosos
mais procurados pelo Brasil, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho"
atuou à frente de um cartel de drogas baseado na Bolívia
Gilberto Aparecido dos Santos, o "Fuminho", chegou ao Brasil
no início da tarde deste domingo (19) no Aeroporto Internacional de São Paulo,
rumo a presídio federal de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná.
Foragido há mais de 20 anos, ele foi preso em Moçambique no último dia 13
e é considerado um dos criminosos mais procurados pelo Brasil, tendo atuado à
frente de um cartel de drogas baseado na Bolívia que alimentou por anos a
facção Primeiro Comando da Capital (PCC) com armas e cocaína.
Braço direito do número um do PCC, Marcos William Herbas Camacho, o
'Marcola', 'Fuminho' é acusado de ordenar as mortes de dois membros da cúpula
da facção criminosa no Ceará: Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue' e
Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca'.
A PF classificou a ação que prendeu "Fuminho" como uma
"megaoperação internacional", que contou com a participação do
Itamaraty, do departamento antidrogas dos Estados Unidos (DEA), do Departamento
de Justiça americano e do Departamento de Polícia de Moçambique. "O preso
era considerado o maior fornecedor de cocaína a uma facção com atuação em todo
o Brasil, além de ser responsável pelo envio de toneladas da droga para
diversos países do mundo", afirmou a corporação.
A Polícia Federal afirmou que já monitorava "Fuminho" há
tempos, sendo que ele estava há cerca de um mês em Moçambique, onde foi
encontrado com drogas e com um passaporte brasileiro falso que foi
confeccionado na Bolívia.
A lista do Ministério da Justiça indica que Fuminho fugiu da prisão em
1998 para o Paraguai e Bolívia. Ele é apontado ainda como um dos responsáveis
pela logística do plano de fuga de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola,
maior líder do PCC, da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em 2014.
DUPLO HOMICÍDIO - 'Gegê do Mangue' era uma liderança do PCC
abaixo de 'Marcola', e 'Paca', o braço direito de 'Gegê'. A dupla foi alvo de
uma emboscada, com uso de helicóptero, e morta a tiros em uma aldeia indígena
de Aquiraz, no dia 15 de fevereiro de 2018. Um bilhete, encontrado dias depois
na Penitenciária Maurício Henrique de Guimarães, a P2, em Presidente Venceslau,
São Paulo, começou a desvendar o crime misterioso.
O texto trazia a revelação, feita por Wagner Ferreira da Silva, o
'Cabelo Duro', a presos, de que 'Fuminho' tinha ordenado a morte dos antigos
comparsas, que "estavam roubando", referindo-se a um suposto desvio
de dinheiro do PCC para uma vida de luxo que eles levavam no Ceará. Uma semana
depois do duplo homicídio, 'Cabelo Duro' - que seria um dos autores do crime -
foi executado em frente a um hotel em São Paulo.
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