Pintura de Santa Corona
Nesta quinta-feira, 14 de maio, a Igreja Católica comemora o dia de
Santa Corona, considerada protetora contra epidemias. Embora a devoção não seja
muito difundida, o nome da santa experimenta uma onda crescente de popularidade
desde o início da pandemia do novo coronavírus.
Pouco se sabe sobre a história dessa mártir da tradição cristã
primitiva, que viveu no século II, na Síria. Há ambiguidade em torno das datas
e locais do martírio de Santa Corona. Algumas fontes apontam que ocorreu em
Damasco, outras em Antioquia, mas a maioria concorda que ela foi morta na
década de 170 d.C., durante o reinado de Marco Aurélio e por ordem de um juiz
romano chamado Sebastian.
Há dúvidas se a santa se chamava realmente Corona ou se o nome se
refere à moeda da época (a palavra "corona" vem do latim e significa
"coroa"). Ela também era chamada de Stephania e alguns acreditam que
a santa pode ter ficado conhecida como Corona por ser invocada para
"assuntos de dinheiro, loteria e jogos de azar", de acordo com a
Lexikon des Mittelalters, uma enciclopédia alemã sobre a história e a cultura
da Idade Média, que reúne mais de 36 mil artigos em nove volumes em sua edição
de 1931.
Conta-se que Corona tinha 16 anos quando foi executada, de forma
brutal, por professar a fé. Ao ver soldados romanos torturando um homem,
chamado Vitor, por se recusar a negar Cristo, a jovem tentou ajudá-lo. Levada a
julgamento, ela se declarou cristã e também foi condenada à morte. Os soldados
amarraram os membros de Corona a duas árvores curvadas que, ao retornarem à posição
vertical, imprimiram uma força tão violenta que destruíram o corpo da jovem.
Assim se deu o martírio de São Vitor e Santa Corona.
Relíquias na Alemanha e na Itália
- Parte das relíquias de Corona
foi levada a Aachen pelo rei Otto III, em 997, e guardada em um túmulo debaixo
de um piso na Catedral de Aachen, na Alemanha, que ainda pode ser visto. Outra
parte dos restos mortais de São Vitor e Santa Corona está preservada em uma
basílica na cidade de Anzu, na Itália.
A Enciclopédia Ecumênica dos Santos, organizada pelo pastor protestante
aposentado Joachim Schäfer, define Santa Corona como padroeira contra
epidemias. No entanto, a fonte não oferece informações sobre a origem deste
patronato.
Ainda não está claro, portanto, quando e como Santa Corona passou a ser
invocada como padroeira contra as epidemias. Sua festa é celebrada no dia 14 de
maio pela Igreja Católica e no dia 11 de novembro pela Igreja Ortodoxa.
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