Momento em que Vicente Tomé chega
na delegacia do Crato
Juntos em família, juntos na
política, juntos no crime e, agora, juntos na cadeia. Assim começa uma nova etapa na convivência
entre pai e filho. O prefeito do Município de Granjeiro, Ticiano da Fonseca
Félix, o “Ticiano Tomé”, 35 anos e seu pai, o ex-prefeito Vicente Félix de
Sousa, o “Vicente Tomé”, 61 anos, agora estão juntos na prisão. Desde a tarde
da última quarta-feira (15), eles dividem uma cela no Presídio conhecido por
“Tourão”, na cidade de Juazeiro do Norte.
Foi para lá que eles foram mandados sob forte escolta policial, após
terem sido presos durante uma operação policial desencadeada em quatro cidades
cearenses (Fortaleza, Granjeiro, Maracanaú e Barbalha). Os dois são apontados pelas autoridades como
os mandantes do assassinato do prefeito de Granjeiro, João Gregório neto, o
“João do Povo”, na manhã de 24 de dezembro do ano passado.
Vaiado e xingado, “Vicente Tomé” saiu de casa, no Centro de
Granjeiro, algemado e escoltado por vários policiais civis, que cumpriam ordem
judicial de prisão preventiva contra todos os envolvidos no crime. Naquela mesma hora, o filho era também preso,
mas em Fortaleza. O reencontro entre pai
e filho aconteceu na cadeia, em Juazeiro.
Quando percebeu que seria preso,” Ticiano Tomé” tentou se desfazer do
celular e de outros objetos. Tentou fugir, mas não conseguiu. Algemado, foi encaminhado ao presídio.
Véspera de Natal - As prisões de pai e filho e de outras sete
pessoas finaliza uma investigação sigilosa que teve início logo após o
assassinato do prefeito, na véspera de Natal de 2019. Na época, o governador do
Ceará, Camilo Santana (PT) foi pressionado por diversos políticos da região do
Cariri a determinar uma severa e rápida investigação para esclarecer o caso e
identificar os autores materiais (atiradores) e intelectuais (mandantes) do
assassinato. E assim foi feito.
As primeiras pistas levantadas pela Polícia no local do crime foram
imagens captadas por câmeras de residências que mostraram os assassinos em fuga
em uma moto, com o apoio de dois veículos.
Depois, vieram os depoimentos, quebra de sigilo telefônico, prisões de
suspeitos, reinquirição de testemunhas, análise de laudos periciais para,
finalmente, chegar ao indiciamento dos suspeitos e encaminhar à Justiça os
pedidos de prisão. Tudo isso durou sete meses.
Para as autoridades policiais, o
crime está elucidado.
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