Sete meses de investigação
sigilosa desaguam na elucidação da pistolagem em Granjeiro
Vicente Tomé e o filho, Ticiano
Tomé, foram presos hoje, sete meses após o crime
Pai e filho agora estão atrás das
grades. Foram detidos numa
megaoperação da Polícia Civil que resultou na captura de outras 11 pessoas,
todas tidas com envolvimento direto ou indireto no assassinato do prefeito, fato
registrado na manhã do dia 24 de dezembro do ano passado, na véspera do Natal.
Uma demorada e sigilosa investigação policial vinha sendo realizada
pela Polícia Civil por ordem direta do governador do estado, Camilo Santana
(PT), que cobrou da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) uma
investigação rápida e eficaz para o esclarecimento total do crime e a
identificação de seus autores e comparsas.
O Ministério Público Estadual (MPE) acompanhou tudo e respaldou o pedido
da Polícia para a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos.
Em uma das fases da investigação, a Polícia descobriu que um dos carros
usados pelos criminosos foi levado do Ceará para o estado do Piauí e depois
colocado à venda em uma loja de automóveis usados na cidade de Timon, no
Maranhão. Nesta operação, foram presos Carlos Alberto Ferreira Cavalcanti (que
trafegava no carro suspeito em Teresina, Piauí) e Rondinere Francino de
Andrade, dono da revenda de veículos no Maranhão que havia colocado o carro à
exposição para venda em sua loja, em Timon.
Outro preso hoje durante a operação policial foi José Plácido Cunha, o
“Castelo Tomé”, irmão de Vicente Tomé e, portanto, tio de “Ticiano Tomé”, o
atual prefeito. Ele já havia sido detido temporariamente, mas acabou
solto. É acusado de participação na
trama e de esconder um dos veículos usados no crime. A caminhonete apreendida
tinha placas de Maracanaú, onde “Castelo Tomé” foi detido na manhã de hoje.
De amigos a inimigos - “Vicente Tomé”, ex-prefeito de Granjeiro e
considerado um dos “caciques” da política local, e seu filho, “Ticiano Tomé”,
era amigos e aliados políticos de João Gregório Neto, o “João do Povo”. Nas
últimas eleições para prefeito, eles se aliaram numa chapa que acabou
vencedora, com João prefeito e Ticiano, vice.
Mas, ao longo dos dois primeiros anos de administração houve um
rompimento dessa aliança e o então vice, Ticiano Tomé, passou a acusar o
prefeito de envolvimento em desvio de verbas públicas na Educação. “João do
Povo” foi denunciado pelo vice e acabou sendo alvo de uma investigação federal.
A briga levou o “cacique” Vicente Tomé a convocar seus aliados e juntos montar
um plano para derrubar o prefeito.
O acirramento da briga política se transformou em inimizade pessoal com
troca de ameaças. Para a Polícia, não há mais nenhuma dúvida de que “Vicente
Tomé” comandou uma espécie de consórcio da morte, em que, junto com outros
oponentes do prefeito, juntou dinheiro para financiar o assassinato de “João do
Povo”.
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