O crime teria ocorrido entre os anos de 2005 e 2006 e de forma continuada contra uma criança de 5 anos - O policial também foi acusado de abusar da enteada, de 12 anos
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e
Sistema Penitenciário (CGD) abriu Procedimento Administrativo-Disciplinar (PAD)
contra um delegado de Polícia Civil condenado por estupro de vulnerável
continuado. Os crimes teriam ocorrido entre 2005 e 2006. A vítima era a própria
filha dele, que tinha apenas cinco anos de idade quando começou a ser abusada
sexualmente. A identidade do condenado pela Justiça, da criança e a localização
onde ocorreu o crime serão preservados em razão do grau de vulnerabilidade e
para não permitir qualquer tipo de identificação das vítimas.
O delegado foi sentenciado a 23 anos e quatro meses de reclusão, com
regime inicialmente fechado, além da perda do cargo na Instituição. O processo
tramita em segredo de Justiça. As dúvidas sobre os estupros cometidos por ele
foram levantadas a partir da atuação do Núcleo Estadual de Enfrentamento à
Violência Contra Crianças e Adolescentes, da Secretaria do Trabalho e
Desenvolvimento Social (STDS) do Estado. Uma equipe de psicólogos intensificou
atendimentos à criança, após ela rejeitar por repetidas vezes a presença do
pai.
A menina manifestou ainda, por meio de um bilhete, que desejava não
mais vê-lo e pediu, inclusive, que ele fosse preso pela Justiça. A criança
chegou a fazer um desenho para o Núcleo de Enfrentamento apontando o pai atrás
das grades. Os psicólogos, então, após algumas sessões com a garota, enviaram
informe à Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente
(Dceca).
No documento encaminhado à investigação, os profissionais apontaram que
a menina passou a não aceitar mais ficar sozinha com o pai, insistindo para que
a mãe a levasse quando saía. Após descobrir os abusos sexuais cometidos pelo
marido, a esposa pediu a separação judicial.
Quando a ação acerca dos abusos sofridos pela filha do delegado foi
iniciada, em 2008, o policial já estava sendo investigado por outro caso de
estupro de vulnerável. A diferença é que a vítima havia sido sua enteada, que
tinha 12 anos quando o crime aconteceu.
A menina afirmou em depoimento que o padrasto ia ao seu quarto, sempre
na ausência da mãe, e a obrigava a cometer atos libidinosos. Caso ela se
negasse ou contasse o que acontecia, ele dizia que mataria ambas. Os crimes
ocorreram até a menina ir morar com a avó.
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