quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Coordenador da Funai morre após levar flechada de indígenas isolados

 De acordo com a Polícia Civil, caso aconteceu nesta quarta-feira - Rieli Franciscato chegou a ser socorrido e levado a uma unidade de saúde pela Polícia Militar, mas não resistiu

Rieli foi morto após ser atingido por flecha

O coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau (FPEUEWW) da Fundação Nacional do Índio (Funai), Rieli Franciscato, de 56 anos, morreu na última quarta-feira (09) após ser atingido no tórax por uma flecha disparada por indígenas isolados em Rondônia.
A informação é da Polícia Civil e da Associação Etnoambiental Kanindé. O caso aconteceu nas proximidades da Linha 6 em Seringueiras (RO).
A Kanindé acrescentou que os indígenas isolados não sabem a distinção entre defensor e inimigo, reforçando que o território "está sendo invadido e os índios estão tentando sobreviver".
Segundo a Kanindé, Rieli era uma das grandes referências nos trabalhos de proteção aos indígenas isolados da Amazônia. O coordenador defendia o não contato com o grupo e atuava para evitar um conflito com a população local. Também fez parte da equipe que demarcou a primeira terra exclusiva para indígenas isolados.
Franciscato, que era de Alta Floresta (RO), estava desde 2007 na Funai, mas atuava como coordenador da FPEUEWW desde 2013.
A Polícia Civil da cidade informou que Franciscato estava em uma missão na região com apoio da Polícia Militar (PM) quando foi atingido pela flecha.
"Segundo os policiais, ao perceberem que estavam sendo atacados por flechas, se abrigaram atrás da viatura, mas a vítima (Rieli) não conseguiu se abrigar a tempo. Quando cessaram os ataques, viram a vítima caída e já não havia indígenas".
Conforme o boletim de ocorrência, o coordenador foi socorrido e levado por dois policiais militares ao Hospital Municipal de Seringueiras, mas acabou não resistindo e morreu. A Polícia Civil vai apurar o caso.
Em junho deste ano, um grupo de indígenas isolados foi visto por uma dona de casa no quintal de um sítio em Seringueiras. Eles trocaram uma carne de caça por uma galinha e levaram um machado. Segundo a Kanindé, esse é o mesmo grupo que Rieli cruzou antes de ser atingido.

 *Colaborou CBN Amazônia

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