De acordo com a Polícia Civil, caso aconteceu nesta quarta-feira - Rieli Franciscato chegou a ser socorrido e levado a uma unidade de saúde pela Polícia Militar, mas não resistiu
Rieli foi morto após ser atingido
por flecha
O coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau
(FPEUEWW) da Fundação Nacional do Índio (Funai), Rieli Franciscato, de 56 anos,
morreu na última quarta-feira (09) após ser atingido no tórax por uma flecha
disparada por indígenas isolados em Rondônia.
A informação é da Polícia Civil e da Associação Etnoambiental Kanindé.
O caso aconteceu nas proximidades da Linha 6 em Seringueiras (RO).
A Kanindé acrescentou que os indígenas isolados não sabem a distinção
entre defensor e inimigo, reforçando que o território "está sendo invadido
e os índios estão tentando sobreviver".
Segundo a Kanindé, Rieli era uma das grandes referências nos trabalhos
de proteção aos indígenas isolados da Amazônia. O coordenador defendia o não
contato com o grupo e atuava para evitar um conflito com a população local.
Também fez parte da equipe que demarcou a primeira terra exclusiva para
indígenas isolados.
Franciscato, que era de Alta Floresta (RO), estava desde 2007 na Funai,
mas atuava como coordenador da FPEUEWW desde 2013.
A Polícia Civil da cidade informou que Franciscato estava em uma missão
na região com apoio da Polícia Militar (PM) quando foi atingido pela flecha.
"Segundo os policiais, ao perceberem que estavam sendo atacados
por flechas, se abrigaram atrás da viatura, mas a vítima (Rieli) não conseguiu
se abrigar a tempo. Quando cessaram os ataques, viram a vítima caída e já não
havia indígenas".
Conforme o boletim de ocorrência, o coordenador foi socorrido e levado
por dois policiais militares ao Hospital Municipal de Seringueiras, mas acabou
não resistindo e morreu. A Polícia Civil vai apurar o caso.
Em junho deste ano, um grupo de indígenas isolados foi visto por uma
dona de casa no quintal de um sítio em Seringueiras. Eles trocaram uma carne de
caça por uma galinha e levaram um machado. Segundo a Kanindé, esse é o mesmo
grupo que Rieli cruzou antes de ser atingido.
*Colaborou CBN Amazônia
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