Soldado, companheira e irmão foram presos em operação do Gaeco - Outros dois policiais militares foram detidos em uma investigação paralela, mas também são suspeitos de apoiar a organização criminosa formada na RMF
Um soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) é acusado, junto da
companheira e do irmão, de liderar uma organização criminosa que comandava o
tráfico de drogas no Município de Cascavel, na Região Metropolitana de
Fortaleza (RMF). Os três e mais cinco foram alvos de mandados de prisão em
operações do Ministério Público do Ceará (MPCE). Entre eles, outros dois PMs
suspeitos de estarem ligados ao grupo criminoso.
A Operação Crotalus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de
Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), cumpriu seis mandados de prisão
preventiva e seis mandados de busca e apreensão, contra o policial militar
líder da organização criminosa, a companheira, o irmão e mais três civis. A
denúncia contra esse grupo já foi aceita pela Vara de Delitos de Organizações
Criminosas, e os seis viraram réus pelos crimes de organização criminosa,
tráfico de drogas e associação para o tráfico.
A organização criminosa vendia maconha e cocaína para traficantes
menores de Cascavel, que revendiam o produto, pelo menos desde maio de 2019.
Os investigadores suspeitam ainda que o grupo também comercializasse
armas de fogo, já que algumas delas, obtidas de formas ilícitas, eram
escondidas enterradas dentro do próprio quartel da PMCE em Cascavel.
A partir do militar, o Gaeco identificou os outros membros do grupo
criminoso, para os quais ele delegava funções e ordens. Conforme a
investigação, a companheira do PM ajudava a organizar e a esconder a droga.
Enquanto o irmão do mesmo era o seu "braço direito" no esquema
criminoso e também dava ordens. Os demais acusados ajudavam a esconder os
entorpecentes, como também os entregavam para outros traficantes e recebiam o
dinheiro.
O nome da Operação, segundo o MPCE faz referência à cobra cascavel, que
tem o nome científico de "crotalus" e é um animal peçonhento - como o
soldado investigado para a Polícia Militar do Ceará. Além de
"Cascavel" ser o nome do Município onde o militar atuava.
Outros militares - Os outros dois policiais militares foram presos na Operação Oculta, deflagrada simultaneamente pelo Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), também do MPCE. Eles foram detidos por crimes militares, mas também são suspeitos de dar apoio à organização criminosa liderada por um colega de farda, em Cascavel. Os mandados de prisão foram expedidos pela Auditoria Militar e os dois soldados levados ao Presídio Militar, em Fortaleza.
Abuso de autoridade - O soldado acusado de liderar a organização
criminosa já respondeu a pelo menos cinco processos na Auditoria Militar.
Quatro ações são pelo crime de abuso de autoridade, das quais três já foram
arquivadas. Mas na restante, o servidor virou réu junto de mais três PMs, no
último dia 14 de setembro, por prenderem um homem em flagrante sem nenhum
ilícito, em Cascavel.
No outro processo, o agente de segurança também é réu, desde agosto de
2019, por lesão corporal culposa agravada pela inobservância técnica, por ter
permitido, em atividade, uma arma do tipo carabina disparar e os estilhaços
atingirem uma mulher e uma criança que saíam da Delegacia de Pindoretama.
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