Presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins,
afirmou que a prisão domiciliar deve ser aplicada diante da pandemia de
Covid-19
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto
Martins, decidiu na noite desta terça-feira (22), colocar em prisão domiciliar,
com tornozeleira eletrônica, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella
(Republicanos). A oito dias de deixar o cargo, Crivella foi preso acusado de
chefiar o "QG da Propina" instalado no Executivo carioca.
Martins impediu Crivella de manter contato com terceiros, exceto
familiares próximos, profissionais de saúde e advogados. O ministro decidiu
sobre o habeas corpus do prefeito por ser o responsável pela análise dos casos
considerados urgentes durante o recesso do STJ.
Segundo a investigação, ao menos R$ 53 milhões teriam sido arrecadados
pelo esquema. Além dele, oito pessoas foram alvo de pedidos de prisão
preventiva, incluindo o empresário Rafael Alves, apontado como operador. Ao todo,
a denúncia atingiu 26 investigados. Os crimes imputados são corrupção passiva e
ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Durante a eleição deste ano, quando perdeu o segundo turno para Eduardo
Paes (DEM), Crivella afirmou várias vezes que a cidade não deveria eleger o
adversário porque ele seria preso. O prefeito se agarrou ao bolsonarismo para
tentar reverter a ampla rejeição durante o período eleitoral, apelando para
temas morais. Nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro não se manifestou
sobre a prisão do aliado.
Segundo o MP, o esquema foi mantido mesmo após duas operações policiais
que cumpriram mandados de busca e apreensão neste ano em endereços de Crivella,
de Alves e outros acusados.
Ao ser preso, Crivella se disse vítima de perseguição política, sem
explicar quem teria interesse na sua detenção.
Sucessor - Como o então vice-prefeito Fernando MacDowell morreu durante o mandato, quem assume a prefeitura até Paes assumir é o presidente da Câmara Municipal, Jorge Felippe (DEM), um veterano da Casa. Aos 70 anos e caminhando para seu oitavo mandato, Felippe terá como prioridades nesse curto período o pagamento do 13º dos servidores municipais e o combate à Covid-19.
Nenhum comentário:
Postar um comentário