Operação Guilhotina mapeou e deteve outros chefes do grupo
criminoso, que aproveitou a prisão de rivais para se fortalecer e conquistar
territórios
O nome ‘guilhotina’ é pelo sentido de cortar cabeças, essas
lideranças”, afirma o delegado Harley Filho. Foi assim que a Delegacia de
Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará
(PCCE), deflagrou a Operação Guilhotina, prendeu a principal liderança de uma
facção carioca no Ceará e retirou cerca de R$ 70 milhões da organização
criminosa, com a apreensão de mais de 1,7 tonelada de drogas.
Apesar de a Polícia Civil não divulgar, a liderança detida é Max Miliano Machado da Silva, conhecido
como ‘Pio’ e ‘Gordão’, de 33 anos. Ele é um ex-membro de uma facção
amazonense, que se transferiu para a organização criminosa carioca e virou o
principal importador de drogas do grupo no Ceará. Max já tinha passagens pela
Polícia por homicídio, tráfico de drogas e organização criminosa, tendo sido
alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) no Amazonas por tráfico
internacional de drogas.
Devido ao histórico criminal, ‘Pio’ não aparecia para negociar drogas e
para dar ordens à facção. “A primeira pessoa não falava, procurava trabalhar
nos bastidores”, trata-se de Roberto Rodrigo Di Jackson Oliveira Freitas, o
‘Fantasma’ ou ‘Sonsin’, até então sem antecedentes criminais.
A dupla foi capturada em um apartamento de luxo em Belém (PA), no
último dia 16 de fevereiro. Por onde passavam, os dois homens ostentavam.
“Ambos procuravam utilizar grande quantia de dinheiro, gastar com festas,
mulheres, utilização de bens.
Antes de chegar ao Pará, ‘Pio’ e ‘Fantasma’ passaram pelo Rio de
Janeiro, Estado berço da facção à qual pertencem. E por lá também tentaram cometer
crimes. Eles se juntaram a aliados para disputarem o domínio do tráfico de
drogas no Complexo das Almas, uma comunidade localizada no Município de São
Gonçalo, na Região Metropolitana. Mas, para não serem presos ou mortos no Rio,
os dois homens viajaram para o Pará, em busca de um “território neutro”, onde
pensavam que não entrariam em conflito nem seriam localizados pela Polícia.
Apreensões - Mas a Draco já estava no encalço dos
criminosos e contou com o apoio operacional da Polícia Civil do Pará. Também no
dia 16 último na deflagração da Operação Guilhotina, foram presos mais três
cearenses em terras paraenses, em um sítio no município de Benevides, na Região
Metropolitana de Belém, na posse de 633 kg de entorpecentes (entre cocaína e
crack).
Outros 11 suspeitos foram detidos no Ceará, entre eles Renê Rodrigues
Lima, considerado um “Conselheiro de Guerra” da facção carioca no Estado e
líder do tráfico de drogas no bairro Moura Brasil, em Fortaleza. Ele já
respondia na Justiça pelos crimes de organização criminosa e tráfico de drogas.
Na sequência da investigação, as polícias Civil do Ceará e do Pará
chegaram a mais um carregamento pesado de drogas, no último dia 20 de
fevereiro. Em outro sítio, este localizado no município paraense de Bujaru, os
policiais apreenderam 1.150 kg de drogas (entre cocaína e pedra oxi),
escondidos em dois veículos.
O valor total de todos os entorpecentes apreendidos na Operação é de
cerca de R$ 70 milhões, de acordo com o delegado Harley Filho. A Draco irá
aprofundar as apurações para descobrir a origem e o destino do material ilícito.
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