A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado desta
sexta-feira - Veja quais outros militares já foram punidos
Mais um policial
militar foi expulso por ter participado do motim no Ceará em 2020. Nesta sexta-feira
(24), a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD)
publicou no Diário Oficial do Estado que acatou relatório final da comissão
processante e puniu com sanção de expulsão o soldado Antônio Soares Lima Filho.
De acordo com a Controladoria, a punição vem em decorrência aos atos
desonrosos e ofensivos ao decoro profissional, já que o praça teria aderido de
forma espontânea à paralisação das atividades em fevereiro do ano passado. A
CGD expôs que o militar foi ao 18º Batalhão, epicentro do motim, se valendo de
equipamentos das forças policiais "o que demonstra afronta à disciplina
militar e, em assim sendo, praticado ato de incitação à subversão da Ordem
Política e Social e instigado outros policiais a atuarem com desobediência".
Outros dois militares já foram expulsos neste ano de 2021, também por
participarem do movimento. O primeiro a ser penalizado desta forma foi o
soldado Raylan Kadio Augusto de
Oliveira. Raylan também, conforme a Controladoria, esteve no 18º BPM, no
Antônio Bezerra, amotinado.
O outro expulso é um bombeiro identificado como Magno Maciel da Silva. A Controladoria considerou que Magno Maciel
"está incapacitado de permanecer na situação ativa do Corpo de Bombeiros
do Estado do Ceará".
ATUAÇÃO NO MOTIM - Consta no DOE que o
soldado Antônio Soares pilotou uma motocicleta oficial do Batalhão de
Policiamento Rodoviário Estadual para chegar ao 18º BPM. Quando chegou ao
local, o soldado foi recebido mediante gritos e aplausos dos demais militares
que lá já estavam.
Uma testemunha conta que semanas depois, Soares confessou ter participado
do movimento e justificou que a sua adesão se deu por ser parente de um dos
integrantes da liderança do motim. Para chegar à decisão da expulsão, a CGD
analisou imagens que flagraram o soldado. Em um video ele aparece ainda
conclamando que os PMs em casa fossem ao Batalhão e aderissem ao movimento.
CGD - A defesa do soldado alega que naquela
data o processo estava de folga, mas se encontrava no interior da sua casa e na
companhia da esposa e dos filhos. Segundo a defesa, três homens com fardamento
do Cotam fortemente armados tentaram invadir o imóvel do soldado, mas não
conseguiram.
Antônio Soares, então,
em choque com a violência sofrida por ele e pela família, decidiu vestir seu
fardamento e sair "à procura de obter informações sobre o que estava
ocorrendo, acrescentando que os policiais que estiveram em sua residência
agiram com brutalidade e violência. Arguiu que o acusado, após idas e vindas
procurando obter maiores informações sobre os motivos que levaram uma
composição policial à sua procura, dirigiu-se à sede do 18º BPM, acreditando
que seu nome teria sido associado ao movimento paredista, haja vista
informações de que seu cunhado estava lá presente" é o que alegou a
defesa, conforme a Controladoria.
PERMANÊNCIA DISCIPLINAR - Ainda nesta sexta-feira
(24), a CGD publicou no Diário Oficial sanção de permanência disciplinar em
desfavor dos PMs Cleber de Lima Oliveira, Jocicleison de Lima Alves e Akácio da
Silva Varela. A Pasta destaca que todos processos administrativos seguem os
preceitos da ampla defesa e do contraditório.
"Atualmente, 341
policiais identificados por participação no motim de 2020 continuam respondendo
a processos administrativos disciplinares, estando estes em fase de instrução
processual. Além disso, existem investigações em curso, que podem resultar em
novos processos disciplinares", disse a Controladoria.
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