sábado, 30 de outubro de 2021

Sargento da PM réu por chacina no Interior do Ceará é solto

Outros três policiais acusados de participar da Chacina de Quiterianópolis permanecem presos - O crime completou um ano neste mês de outubro

Cinco pessoas foram executadas a tiros dentro de uma residência em Quiterianópolis, no dia 18 de outubro de 2020

Um dos policiais militares réus no processo da Chacina em Quiterianópolis foi solto. Na última sexta-feira (29), o sargento Cícero Araújo Veras voltou à liberdade após decisão judicial proferida pelo magistrado da Vara Única Criminal de Tauá. O colegiado de juizes considerou que no momento não havia indícios suficientes para manter a prisão do PM.
Na mesma decisão proferida nesta semana foram mantidas as prisões de outros três policiais réus pelo mesmo crime. O cabo Francisco Fabrício Paiva, o soldado Dian Carlos Pontes Carvalho e o tenente Charles Jones Lemos Júnior permanecem em cárcere sob acusação de participarem de cinco mortes. O Ministério Público do Ceará (MPCE) havia emitido parecer contrário à soltura de todos os agentes.
Foram impostas medidas cautelares para o sargento ser solto. Dentre elas, Cícero deve ser monitorado com tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com a vítima sobrevivente, seus familiares e testemunhas do processo. O sargento ainda deve se recolher em casa no período noturno, das 18h às 6h, conforme decisão emitida na Vara Única Criminal de Tauá.

PARTICIPAÇÃO NA CHACINA - O Judiciário concordou com o MPCE sobre manter a prisão dos demais PMs considerando que permanecem sérios elementos que indicam a necessidade do cárcere para manter a ordem pública.
Para o colegiado, há indícios suficientes de autoria em relação aos denunciados Francisco Fabrício, Dian Carlos e Charles Jones, porque pelo que foi trazido pelas testemunhas oculares os executores possivelmente estavam nos veículos envolvidos no crime.
A investigação apontou que os servidores públicos utilizaram, no crime, viatura descaracterizada e armamento pesado da Polícia Militar do Ceará (PMCE). Em depoimento, Charles, Fabrício e Dian (presos temporariamente em 15 de dezembro de 2020) alegaram que estavam em Quiterianópolis para procurar por um tio e um sobrinho envolvidos com o tráfico de drogas e com agiotagem e, por isso, realizaram várias diligências no Município, durante dias seguidos. Entretanto, os policiais não teriam encontrado os alvos.
Um dos informantes da composição policial era justamente o sargento Cícero, que, mesmo de folga, estaria trafegando na viatura descaracterizada junto dos colegas, o que fez a Polícia Civil deduzir que ele também participou da Chacina.

AS VÍTIMAS

Irineu Simão do Nascimento, 25 anos
José Reinaque Rodrigues de Andrade, 31 anos
Etivaldo Silva Gomes, 23 anos
Antônio Leonardo Oliveira Silva, 19 anos
Gionnar Coelho Loiola, 31 anos

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