Oficial foi vista à paisana saindo do seu alojamento para pegar seu almoço
A tenente da Polícia
Militar do Ceará que deixou o posto após tirar seu fardamento para lavar, uma
vez que estava manchado por causa de menstruação, foi denunciada pela
Promotoria de Justiça Militar e Controle Externo da Atividade Policial Militar
do Ministério Público do Ceará (MPCE) na terça-feira (16).
A oficial foi presa em 28 de outubro pelo seu superior, um tenente-coronel da
PM. Ela saiu à paisana do alojamento feminino do quartel em que estava para
buscar seu almoço e foi questionada por ele o porquê de estar sem farda. Ela
foi levada à Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar (CPJM) de Fortaleza e
presa no mesmo dia. Em audiência de custódia, no dia seguinte, a tenente foi
solta.
O Ministério Público concordou com o argumento da Polícia Judiciária Militar e
fez a denúncia por abandono de posto sem ordem superior, que pode resultar em
pena de três meses a um ano de prisão em caso de condenação.
"A oficial incriminada, ao despir-se das suas vestes militares e evadir-se
do aquartelamento a que estava vinculada, ainda que temporariamente,
enquadra-se no preceito descritivo do referido dispositivo incriminador",
escreveu na denúncia o promotor Sebastião Brasilino.
PM diz que informação 'não procede' - Em nota, a Polícia Militar informou que o superior da tenente afirmou que
"a policial foi flagrada saindo do quartel, sem uniforme e sem autorização
superior, no horário em que deveria estar de serviço". Segundo a
corporação, ela afirmou que iria almoçar. A PM ainda disse que "não
procede informação de que a mesma estaria lavando o fardamento, na
ocasião".
Segundo os autos, a militar afirmou em depoimento que o fardamento sujou em
função do seu período menstrual.
"Perguntada de que forma e qual a extensão do problema da sua farda
molhada, [a tenente] respondeu que foi ao banheiro e acabou molhando sua farda
por lá e que está passando um período que toda mulher passa, e a farda sujou em
razão disso", consta no termo de interrogatório da militar.
Tenente não usou farda depois - No depoimento, a tenente afirmou que o tenente-coronel não permitiu que
ela utilizasse novamente o fardamento. A mulher também não conseguiu almoçar,
pois o superior pediu para que ela fosse ao seu encontro, momento em que foi
dada a voz de prisão.
A PM ressaltou, em nota, que "o policial militar, quando de serviço, tem
que passar todo o turno de trabalho uniformizado e se tiver um caso fortuito,
deve informar de imediato ao seu superior hierárquico, o que não teria sido
feito pela policial militar no referido caso".
A tenente estava trabalhando na supervisão do Batalhão de Polícia Turística
(BPTUR) neste dia e liberou a sua equipe para o horário do almoço. Segundo
consta no processo, eles deixaram a militar no quartel e também saíram para
almoçar.
Desnecessário esse fuá todo em cima dessa policial. Tem outros assuntos mais preocupantes a serem vistos na sociedade.
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