Depois de matar dezenas de pessoas no Vale do Jaguaribe, o
bando fugiu para São Paulo
Uma organização
criminosa formada por bandidos de uma única região do Ceará: o Vale do
Jaguaribe. Criminosos autores de um “rosário” de assassinatos na região e que
fugiram para São Paulo ao perceberem que o cerco policial estava se fechando
contra eles. Já em terras paulistas,
migraram para o tráfico de drogas e mergulharam nas atividades da maior facção em atividade no
País, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Mas, ali, continuaram praticando o
mesmo delito: matar.
Este é perfil de uma quadrilha desarticulada em três cidades paulistas:
Itaquaquecetuba, Guarulhos e São Paulo (Capital), nos bairros Pimentas e Jardim Marilena. O grupo era formado por 15 cearenses, todos
naturais dos Municípios de Alto Santo, Jaguaretama e Jaguaribara. Bandidos
considerados de altíssima periculosidade, matadores contumazes, que conseguiram
driblar a Polícia do Ceará e seguiram para a Capital paulista no ano passado.
Em Guarulhos e nas duas outras cidades próximas, montaram um esquema de tráfico
de drogas sintéticas e atuavam como “braço” armado do PCC na região. Pistoleiros, assassinos e traficantes
cearenses formavam o bando desmantelado pela “Operação Cactus”.
Durante meses, agentes do 4º DP (Guarulhos) trabalharam em regime diuturno e em
silêncio para identificar cada um dos membros da quadrilha de “pistoleiros do
Ceará”. O desaguar da investigação
culminou quando a Justiça, a pedido da Polícia, expediu 10 mandados de prisão
preventiva e mais 15 de busca e apreensão. Cerca de 80 policiais civis, das
delegacias de Guarulhos, Mogi das Cruzes e São Bernardo do Campo foram às ruas para
prender os bandidos cearenses.
Presos na operação - Entre os criminosos
detidos na “Operação Cactus”, está o
cearense Josivan Reginaldo de Monte, natural de Jaguaribara, conhecido como
“Galego dos Colchões” ou “Gordo dos Colchões”, apontado como partícipe direto
da morte do subtenente PM Carlos Herbênio Almeida Bezerra, comandante do
Destacamento da PM de Jaguaretama, assassinado a tiros na manhã de 19 de
fevereiro de 2016, naquela cidade, enquanto fazia seu cooper.
Outro preso em Guarulhos é Jozito Maia Diógenes, natural de Alto Santo,
possui uma longa ficha de crimes, é bastante conhecido no Vale do Jaguaribe por
organizar vaquejadas. Tem envolvimento com tráfico de drogas e crimes de
pistolagem. Segundo a Polícia de São Paulo, nas redes sociais ele costuma
exibir armas e afirma ser atirador “real e virtual”.
Também foi preso durante a operação, o pistoleiro cearense Antônio Charles
Barreto, conhecido por “Charlim”, apontado pelas autoridades como o mais
perigoso da quadrilha, matador nato. Foi um dos bandidos que mataram o
subtenente Herbênio, em Jaguaretama; além de ter assassinado com tiros de fuzil
o soldado PM Hudson Danilo de Oliveira, na noite de 7 de janeiro de 2016, ao
reagir a um cerco policial após a quadrilha assaltar uma fazenda na zona rural
de Jaguaretama. Em São Paulo, ele matou
um homem em um bar, na cidade de Jaquatima. Depois do crime, mudou-se para
Guarulhos. Recebia o apoio do PCC.
Antônio César Marino Ferreira Diógenes também foi capturado em São Paulo.
Segundo as autoridades, apesar de não possuir passagens pela Polícia, estaria atuando
para o PCC. Foi preso em um bar, na cidade de Guarulhos, onde escondia drogas.
A Polícia paulista descobriu também que, além de envolvimento e mortes e
tráfico de drogas, o grupo estava organizando vaquejadas para “lavar” o dinheiro ilícito. Chamou a atenção das autoridades um
determinado sobrenome dos envolvidos e descobriu que a maioria respondia no
Ceará por crimes de pistolagem. O bando seria conhecido como “Filhos de
Senhorzinho”. Na verdade, apenas um dos envolvidos presos pertence a esta
família natural de Jaguaretama, já quase totalmente dizimada em confrontos com
a Polícia.
Nas buscas realizadas a Polícia de São Paulo apreendeu um fuzil modelo
AK-47, uma pistola de fabricação israelense, uma pistola calibre 380, um
revólver de calibre 38, outro 32, além de drogas.
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