Outros dois militares envolvidos no mesmo episódio foram
punidos com sanção de permanência disciplinar, porque ficaram inertes diante às
agressões
A Controladoria Geral
de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) demitiu um cabo da Polícia
Militar do Ceará (PMCE) acusado de participar de uma sessão de tortura contra
um adolescente. A sanção de demissão foi aplicada ao cabo Jean Claude Rosa dos Santos e divulgada no Diário Oficial do
Estado (DOE) desta quinta-feira (17).
Outros dois militares denunciados por participarem da tortura receberam sanção
de permanência disciplinar. Conforme a comissão processante, o 2º sargento José Alexandre Sousa da Costa e
o cabo Carlos Henrique dos Santos Uchôa participaram passivamente das agressões,
porque ficaram inertes diante do ato.
O crime aconteceu no bairro Bela Vista, em Fortaleza, no ano de 2018 e foi
registrado por um popular. Nas imagens é possível perceber que a vítima não
apresentava risco aos policiais enquanto era agredida, porque no local haviam
pelo menos 12 militares, além de cães treinados.
O trio foi considerado culpado das acusações por unanimidade de voto, sendo
Jean o único dentre eles a estar "incapacitado de permanecer na situação
ativa da Polícia Militar do Ceará".
Foram desferidos golpes no rosto do jovem e ainda colocado um saco plástico na
sua cabeça, como estratégia de sufocamento.
Outro PM, o tenente Leonardo Lirio é investigado por também participar da
tortura. De acordo com o documento da CGD, cabe recurso da decisão. Os
policiais devem em até 10 dias corridos se dirigir ao Conselho de Disciplina e
Correição.
DETALHES DA BARBÁRIE - Na tarde do dia 28 de
agosto de 2018, os policiais compareceram a um terreno no bairro Bela Vista
para averiguarem uma denúncia de tráfico de drogas. Após realizarem algumas
abordagens encontraram 500 gramas de crack no local. No dia seguinte foi
registrado um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Combate a Exploração da
Criança e Adolescente noticiando que um adolescente que estava no terreno
sofreu tortura durante a ação dos PMs.
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