quarta-feira, 13 de abril de 2022

'Quando eu gritei, ele disse que era parte do tratamento' - Diz vítima do médico acusado por estupro

 Médico foi indiciado nesta semana, em um quarto caso - O número de vítimas tende a aumentar

"Quando eu gritei, ele ainda disse que era parte do tratamento"

Mais vítimas decidiram denunciar o médico ginecologista Antônio Alves de Freitas, DR. FREITAS, de 71 anos. Nesta semana, a Polícia Civil do Ceará indiciou Dr. Freitas em um quarto caso. O estupro passou a ser do conhecimento das autoridades após repercussão das acusações envolvendo o médico em diversas cidades do Interior do Estado.
Conforme a vítima, de identidade preservada, ela conheceu Dr. Freitas em Icó. Começou a ser acompanhada pelo médico devido a um problema no intestino. Ia para as consultas aos sábados, até o dia que estranhou uma exigência do homem.
"Ele me chamou para o quarto. Dizia que ia fazer o toque. Então eu perguntei onde estavam as enfermeiras e ele disse que não precisaria, que era ligeiro. Nesse dia, ao invés do toque, ele fez outra coisa. Quando eu gritei, ele ainda disse que era parte do tratamento", relata a mulher.
O medo fez com que ela não denunciasse antes. Quando viu o nome do ginecologista estampado nas manchetes, percebeu que tinha sido mais uma vítima do crime de estupro: "uma pessoa dessa não era nem para ser doutor, não podia nem consultar ninguém".

ACUSADO PELO MP - O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou Antônio Alves de Freitas na última sexta-feira (8). A denúncia é referente a um dos casos mais recentes que levou o homem à prisão. De acordo com a vítima, no dia 29 de março de 2022, o médico praticou conjunção carnal durante consulta no Hospital Luzia Teodoro da Costa, em Orós, se aproveitando da função dele.
A vítima de 21 anos, de identidade preservada, estava prestes a se submeter a um procedimento cirúrgico íntimo, quando o homem ordenou que ela retirasse a roupa e se aproveitou para penetrar o pênis enquanto ela estava de costas. O denunciado negou a conduta e declarou que a mulher era "um pouco perturbada emocionalmente".
O Hospital se pronunciou dizendo ter afastado o médico e que não compactua com as ações. A defesa do acusado rebate as acusações, afirmando que elas "são frágeis e não encontram coerência alguma". "O meu cliente tem uma enorme folha de serviços prestados nas últimas décadas sem qualquer nódoa em seu currículo. No momento da ampla defesa e do exercício do contraditório a verdade real será restabelecida", afirmou o advogado Fabrício Moreira, responsável pela defesa.

INVESTIGAÇÃO - O médico foi preso em flagrante e solto ao pagar R$ 30 mil de fiança. Dias depois, já quando a PCCE instalou força-tarefa para apurar o caso, o acusado foi novamente detido, por força de mandado de prisão. De acordo com o delegado Glauber Ferreira, que está a frente das investigações, outras vítimas também entraram em contato com as autoridades para denunciar o mesmo médico.
"Ressaltamos a importância delas nos procurarem. Estamos voltados a apurar minuciosamente cada um dos casos. Já sabemos que há vítimas de vários municípios e de diferentes anos", destaca o delegado.

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