Ele foi capturado em cumprimento a mandado de prisão expedido
pela Justiça Federal no Ceará
Um homem de 59 anos foi
preso, neste domingo (17), suspeito de participação no furto ao Banco Central,
ocorrido em 2005, no centro de Fortaleza, quando foram furtados mais de R$ 160
milhões do cofre.
Ele foi capturado em cumprimento a mandado de prisão expedido pela Justiça
Federal no Estado do Ceará. A prisão foi realizada por policiais da
Força-Tarefa SUSP de Combate ao Crime Organizado no Estado do Ceará.
O suspeito já havia sido preso anteriormente por participação direta no furto,
que é considerado o maior da história do Brasil, mas foi posto em liberdade em
razão de alvará de soltura. Agora, por conta do cumprimento da nova ordem de
prisão, expedida em março de 2022, será encaminhado ao sistema prisional
cearense, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal.
Em março, uma mulher de 41 anos de idade, cuja identidade não foi revelada pela
Polícia Federal, também foi presa suspeita de participação no crime. Ela foi
capturada na cidade de Boa Viagem, no interior do Ceará.
O furto - Na madrugada de 5 para 6 de agosto de
2005, a quadrilha entrou no caixa-forte do Banco Central através de um túnel,
levando mais de três toneladas em notas de R$ 50. Para retirar o dinheiro, o
grupo passou por baixo de uma das mais movimentadas vias do Centro de
Fortaleza, a Avenida Dom Manuel.
O túnel partia de uma casa alugada pela quadrilha. O crime só foi
descoberto no início do expediente da segunda-feira, dia 8 de agosto.
Dos R$ 164,7 milhões furtados, a Polícia Federal estima que, no máximo, R$
60 milhões foram recuperados, por meio da venda de bens dos participantes ou
pelo resgate de quantias em espécie durante as investigações.
Outros envolvidos - Ao total, 119 réus foram
condenados pela Justiça Federal no Ceará por ligação com o crime que entrou na
história. A quadrilha tinha ao menos outros três líderes. Luís Fernando
Ribeiro, o 'Fernandinho', teria sido o financiador da construção do túnel de 75
metros que levava até a caixa-forte do Banco, ao pagar cerca de R$ 800 mil. Mas
não chegou a ser condenado na Justiça, porque foi encontrado morto em Minas
Gerais, em outubro de 2005, depois de ser sequestrado em São Paulo e a sua
família pagar R$ 2 milhões para ele ser liberado. A principal suspeita se
recaiu sobre policiais civis.
Davi Silvano da Silva, o 'Véi Davi', que seria o mentor intelectual do
túnel, foi preso em em Fortaleza, em setembro de 2005, junto de quatro
comparsas, na posse de R$ 12,5 milhões furtados do Banco.
Ele foi sentenciado a
47 anos de prisão, em um processo que respondia por furto, lavagem de dinheiro,
formação de quadrilha e uso de documento falso, na Justiça Federal. Mas teve a
pena reduzida para 17 anos e seis meses, na instância superior.
E Moisés Teixeira da Silva, o 'Tatuzão', também paulista, que tinha esse
apelido porque era especialista em cavar túneis. Ele foi o último líder da
quadrilha preso, apenas em julho de 2009, em São Paulo. Foi condenado a 16 anos
de prisão em um processo por furto, formação de quadrilha e uso de documento
falso, na Justiça Federal, e teve a pena reduzida para 14 anos.
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