segunda-feira, 30 de maio de 2022

Milton Gonçalves, ícone da TV brasileira, morre aos 88 anos

Ator e diretor morreu em casa, por consequências de problemas de saúde decorrentes de um AVC sofrido em 2020

Morre o ator Milton Gonçalves, aos 88 anos

O ator e diretor Milton Gonçalves, ícone da TV brasileira, morreu no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (30), aos 88 anos.
Conhecido por trabalhos marcantes em novelas como "O bem-amado" (1973) e as primeiras versões de "Pecado capital" (1975) e "Sinhá Moça" (1986), ele morreu em casa por consequências de problemas de saúde decorrentes de um AVC sofrido em 2020. Na ocasião, o ator ficou três meses internado e precisou de aparelhos para respirar.
Em mais de seis décadas de carreira, Milton Gonçalves também venceu preconceitos e lutou pelo reconhecimento do trabalho dos negros.
Estrelou ainda programas humorísticos, minisséries e outras produções de sucesso, como as primeiras versões de "Irmãos Coragem" (1970), "A grande família" (1972) e "Escrava Isaura" (1976). Também se destacou em "Carga Pesada" (1979) e "Caso verdade" (1982-1986).
No ramake da novela "Sinhá Moça" (2006), repetiu o personagem Pai José que tinha feito na versão original e, desta vez, conseguiu indicação para o prêmio de melhor ator no Emmy Internacional.
Sua última novela foi "O tempo não para" (2018), no papel de Eliseu, um catador de materiais recicláveis. Depois, esteve na minissérie "Se eu fechar os olhos agora" (2019), e interpretou o aposentado Orlando, que com a ajuda da neta se tornava Papai Noel no especial de Natal "Juntos a magia acontece" (2019).
No cinema, Milton Gonçalves estrelou mais de 50 filmes, como "Cinco vezes favela" (1962), "Gimba, presidente dos Valentes" (1963), "A rainha Diaba" (1974), "O beijo da mulher aranha" (1985), "O Que é isso, companheiro?" (1997) e "Carandiru" (2003).
Em nota na qual classificou o ator como "ícone da dramaturgia brasileira", a TV Globo lembrou: "'Quem tem fé, voa', dizia Zelão das Asas, personagem eternizado por Milton Gonçalves em 'O bem-amado', de 1973. Em plena ditadura, o talento inconfundível de Milton encarnou a metáfora criada por Dias Gomes em um país que clamava por liberdade". Viúvo, Milton Gonçalves deixa três filhos e dois netos.

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