quinta-feira, 28 de julho de 2022

PM e falso médico - Policial é investigado por agredir ex-sogra e chamá-la de 'vagabunda'

Ação foi publicada no Diário Oficial do Estado que também cita outras denúncias de violência doméstica praticada por Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, além de processos por ameaça e estelionato

Falso médico é preso por exercer ilegalmente a medicina no Ceará

A Controladoria Geral de Disciplina (CGD) instaurou um Processo Administrativo Disciplinar para apurar uma denúncia de violência doméstica praticada pelo policial Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, de 34 anos, preso no interior do Ceará ao se passar por médico. Segundo a denúncia, o policial agrediu a ex-sogra e a chamou de "vagabunda, sem vergonha".
A ação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da última terça-feira (26), que também cita outras denúncias de violência doméstica praticada pelo soldado, além de processos por emaça e estelionato, que tramitam no Rio Grande do Norte.
A investigação ocorre após a prisão do policial, no dia 16 de junho, quando ele foi flagrado se passando por médico no Hospital Municipal de Paraipaba, no interior do Estado. Na ocasião, Khlisto foi solto em uma audiência de custódia, mas depois da repercussão do caso foi descoberto que ele atuou ilegalmente como profissional de saúde com o registro de outro médico em três hospitais municipais, dois no Ceará e um no Rio Grande do Norte.
Conforme o procedimento disciplinar instaurado pela CGD, Khlisto foi preso no Presídio Militar em janeiro de 2020, após ter sido autuado em flagrante na cidade de Mossoró (RN), por agredir e ofender uma mulher que era sua sogra à época.
Na denúncia consta que o PM supostamente injuriou a sogra chamando-a de "vagabunda, sem vergonha, etc" e a agrediu fisicamente. Em seguida, entrou em luta corporal com seu cunhado, que ficou machucado no lábio inferior, no olho e no nariz, depois fez-lhe ameaças. A confusão teria começado, segundo o depoimento da mulher, porque ela chegou na residência e viu a filha com marcas de agressão no olho e indagou o soldado.
Antes desse episódio, Khlisto já respondia na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Mossoró por ameaça em contexto de violência doméstica e familiar praticado contra uma ex-companheira. Tendo, inclusive, respondido a dois outros procedimentos por violência doméstica, formalizados por meio do Inquérito Policial (IP), o que fez com que a delegada deixasse de arbitrar fiança em favor dele na denúncia de violência contra a sogra.
De acordo com a CGD, o Processo Administrativo irá apurar as condutas transgressivas atribuídas ao policial.

Farsa do policial - A farsa praticada por Khlisto foi descoberta quando a prefeita de Paraipaba recebeu a denúncia de um médico que estava tendo o número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) usado indevidamente pelo policial, que atendia como plantonista no Hospital Municipal de Paraipaba.
Na ocasião, a prefeita da cidade, Ariana Aquino, acompanhada de guardas municipais, deu ordem de prisão ao falso profissional, que saiu da unidade hospitalar algemado pela Polícia Civil. Porém, no dia seguinte, ele foi solto em uma audiência de custódia.
Um dia após a repercussão da prisão do PM, a Prefeitura de Itapajé informou que ao verificar as denúncias a secretaria de Saúde revisou todos os plantonistas do Hospital e Maternidade João Ferreira Gomes e constatou que o falso médico foi enviado como substituto de plantonistas fixos em três ocasiões na atual gestão. Em um dos atendimentos na unidade, ele chegou a receitar morfina para uma paciente.
Dias depois a Prefeitura de Triunfo Potiguar, no Rio Grande do Norte, divulgou uma nota de esclarecimento informando que Khlisto também atendeu no Hospital Maternidade Etelvina Vieira de Melo, cobrindo o plantão de outros profissionais. Ele esteve no hospital em 2021.

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