segunda-feira, 12 de setembro de 2022

CGD investiga 11 PMs por omissão em assassinato de jovem em delegacia no Ceará

Matheus Silva Cruz, de 19 anos, foi morto a tiros pelo policial militar George Tarick de Vasconcelos Ferreira

Jovem foi assassinado a tiros por policial dentro de delegacia em Camocim

Onze policiais militares são investigados pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) por suspeita de omissão, negligência, conivência, prevaricação ou outra conduta no assassinato de um jovem de 19 anos dentro de uma delegacia em Camocim, no interior do Ceará.
O crime aconteceu em fevereiro deste ano. Na ocasião, Matheus Silva Cruz e o policial militar George Tarick de Vasconcelos Ferreira foram levados para a delegacia após uma discussão em uma festa. À época, o policial alegou em depoimento que assassinou o jovem "em um momento de fúria, levado por violenta emoção".
O agente está preso desde fevereiro. Três dias após o crime ele foi afastado das funções, conforme determinação da CGD e também foi indiciado por homicídio qualificado.
Em 6 de setembro, a Controladoria publicou no Diário Oficial do Estado (DOE) uma Sindicância Administrativa que acrescenta o nome de três agentes, além dos oito que já constavam, chegando a 11 policiais investigados.

São investigados

Um tenente

Dois subtenentes

Um sargento

Um cabo

Seis soldados

Segundo a portaria da CGD, consta nos autos do Inquérito Policial Militar que, após sair da boate, outro jovem, que estava na companhia de Mateus, foi agredido fisicamente por um tenente e um soldado da PM e teve uma arma apontada para o rosto.
Matheus conseguiu sair do local, mas foi alcançado e detido por três policiais que estavam de folga e o colocaram em um veículo da PM junto ao amigo. Câmeras de segurança de pontos comerciais registraram o momento em que Matheus Silva Cruz foi perseguido por policiais, dentre eles, o que o matou.
De acordo o documento, Matheus apresentava lesões no rosto, inclusive, faltando um pedaço da orelha. A vítima teria informado ao amigo que um dos agentes aplicara uma mordida na orelha direita, lesão que, entre outras, está descrita no Auto de Exame de Corpo de Delito.
Enquanto aguardava para ser ouvido na delegacia, Matheus foi morto a tiros pelo policial militar George Tarick, que havia discutido com ele durante a festa.

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