O agente de segurança também responde na Justiça pelo assassinato do prefeito de Granjeiro e por participar do motim de militares em 2020
Um policial militar do
Ceará foi demitido da Corporação, por decisão da Controladoria Geral de
Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). Ele é
acusado de tentar matar a tiros a própria companheira, no Município de
Barbalha, na Região do Cariri, em maio de 2020.
A demissão do cabo Mayron Myrray Bezerra
Aranha da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi publicada em portaria no
Diário Oficial do Estado (DOE) da última sexta-feira (16), após a CGD acatar a
sugestão do Relatório Final da Comissão Processante.
A Controladoria
considerou que o militar cometeu "faltas funcionais atentatórias aos
direitos humanos fundamentais e de natureza desonrosa, condições previstas
legalmente como necessárias para classificar uma transgressão como de natureza
grave" e concluiu que "a praça
acusada não reúne a capacidade moral para permanecer nos quadros da PMCE".
Segundo a portaria, Mayron Myrray foi indiciado e preso pela Polícia Civil do
Ceará (PC-CE) pela tentativa de feminicídio, por motivo fútil e com uso de arma
de fogo, contra a própria companheira, ocorrido no dia 8 de maio de 2020 em
Barbalha.
O casal estava em uma chácara, quando a mulher teria se recusado a ter relações
sexuais com o acusado, o que o motivou a atirar no braço dela. Ela correu para
uma via pública para pedir ajuda e foi socorrida por uma equipe do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que a levou para o hospital, onde passou
por cirurgia.
Além da tentativa de feminicídio, o PM teria cometido outros crimes naquele
dia, de acordo com a CGD: disparo de arma de fogo, porte ilegal de arma de
fogo, direção de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada por
influência de álcool e fuga do local em que se deu a prática criminosa. O processo criminal tramita em segredo de
justiça.
POLICIAL TAMBÉM É SUSPEITO DE MATAR PREFEITO - Mayron Myrray Bezerra Aranha é réu, em outro processo, pelo assassinato
do então prefeito de Granjeiro João Gregório Neto, o 'João do Povo', ocorrido
no dia 24 de dezembro de 2019. Conforme as investigações, o PM foi o
coordenador da ação criminosa, que contou com pistoleiros e chocou o Estado, na
véspera da celebração do Natal.
O policial demitido ainda responde a ações penais na Justiça do Ceará por
participação no motim dos militares, em fevereiro de 2020; por crimes do
Sistema Nacional de Armas; e por ameaça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário