Em contrapartida, 16 policiais militares suspeitos de integrarem o movimento foram absolvidos pela Controladoria
O prédio do 18º BPM, no Antônio Bezerra, e o entorno do
equipamento foram ocupados pelos amotinados
A Controladoria Geral
de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará
(CGD) decidiu expulsar quatro policiais militares, acusados de participar do
motim de fevereiro de 2020. Em contrapartida, 16 PMs suspeitos de integrarem o
movimento foram absolvidos na seara administrativa.
As decisões da Controladoria foram publicadas em portarias no Diário Oficial do
Estado (DOE) da última terça-feira (25), mas cabem recurso. Foram expulsos o cabo da Polícia Militar do
Ceará (PMCE) Francisco de Assis Feitosa Filho e os soldados Francier Sampaio de
Freitas, Janderson Feitosa Tabosa e José Carlos Soares de Moraes Júnior.
Em uma portaria, a CGD classificou os atos do cabo Francisco de Assis como
"desonrosos e ofensivos ao decoro
profissional".
Em outra portaria, a CGD justificou que os três soldados afrontaram as
recomendações do Comando-Geral da PMCE e da Promotoria da Justiça Militar do
Estado do Ceará, ao serem presos em flagrante por uma composição da Polícia
Militar, no dia 18 de fevereiro de 2020, "estando inclusive o SD PM
Francier e o SD PM Moraes, portando armas, quando tentavam consumar o
arrebatamento da viatura PM de prefixo 5162, pertencente ao policiamento
ostensivo geral – POG, com o fito de viabilizarem a paralisação das atividades
no âmbito da Segurança Pública do Estado do Ceará".
16 POLICIAIS MILITARES SÃO ABSOLVIDOS - A Controladoria Geral de Disciplina também publicou uma decisão de
absolver 16 policiais militares, suspeitos de participar do motim de fevereiro
de 2020. Foram inocentados, no processo administrativo, um subtenente, quatro
sargentos, três cabos e oito soldados da Polícia Militar do Ceará.
O motim durou 13 dias, entre 18 de fevereiro e 1º de março de 2020. Os
policiais militares reclamavam da proposta de reestruturação salarial que
começou a tramitar na Assembleia Legislativa do Ceará e começaram a se amotinar
em batalhões da Capital e do Interior.
O Estado registrou alta de homicídios. Durante os 13 dias, foram 321 crimes
de morte, o que significa uma média diária superior a 24. Em igual período de
2019, foram 60 homicídios no Ceará, uma média diária superior a 4 crimes. O
aumento de um ano para o outro, em casos de mortes violentas, foi de 435%.
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