A decisão da Justiça prevê que o policial não mantenha contato com os custodiados
O TJ afirma que o agente foi afastado "após suposta
prática de coação aos internos no sentido de evitar o sucesso de apurações
iniciadas naquela unidade"
Mais um policial penal
foi afastado das funções no Ceará. A informação sobre o afastamento de um
agente lotado na Penitenciária de Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza foi
confirmada pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), na noite desta
quarta-feira (12).
Este é o sexto servidor da Secretaria da
Administração Penitenciária (SAP) afastado em menos de 20 dias. O agente
teria tentado coagir presos a não relatarem ao Judiciário sobre casos de
tortura dentro da unidade.
Conforme o TJCE, o policial, em diversas oportunidades, abordou internos
perguntando o que eles falaram em audiência ou o que iriam falar, em relação às
práticas de policiais no presídio.
Há informação que o agente deve ser mantido em "atividades estritamente
administrativas, sem o contato com custodiados", pelo menos, até a
finalização do processo apuratório no âmbito da Controladoria-Geral de
Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD).
OUTRO AFASTAMENTO - No dia 26 de junho
deste ano, a Justiça determinou o afastamento de toda a atual diretoria da
Unidade Prisional Agente Elias Alves da Silva (UP-IV), a antiga CPPL IV. A
decisão também foi proferida pela Corregedoria-Geral de Presídios, devido aos
episódios de tortura contra internos registrados naquela unidade.
Na ocasião, foram afastados o diretor, vice-diretor, o chefe de segurança e
disciplina, o gerente administrativo da unidade, além de um policial penal
também lotado no equipamento.
O TJCE explica que "a medida foi motivada após denúncia de violência e
maus-tratos praticados contra internos com o objetivo de que se preserve a
integridade física e psicológica dos presos e se resguarde a coleta de provas,
evitando eventual interferência dos possíveis autores na apuração dos
fatos".
Uma das situações na CPPL IV envolve um preso que chegou a ser internado no
Instituto Doutor José Frota após agressões sofridas dentro da unidade
prisional.
Dias após o afastamento da cúpula da CPPL IV, um relatório elaborado pela
Defensoria Pública Geral do Ceará reuniu denúncias de torturas sofridas por
internos dentro do equipamento.
Os presos reclamaram que são colocados de cabeça para baixo e que têm os testículos
apertados, entre outras formas de agressões.
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