quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Ex-PM suspeito de matar advogado colocou rastreador no veículo da vítima antes do crime

   Três suspeitos foram indiciados pela Polícia Civil pelo homicídio

Um empresário e dois ex-policiais militares

Família afirma não saber sobre ameaças anteriormente recebidas pela vítima

O advogado Francisco Di Angelis Duarte de Morais, de 41 anos, assassinado a tiros em Fortaleza em maio deste ano, estaria sendo monitorado pelos criminosos - inclusive com uso de um rastreador - dias antes do crime. Três suspeitos foram indiciados pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) pelo homicídio.
Policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descobriram que dois homens estiveram, em um carro, no local de trabalho de Francisco Di Angelis, uma torre empresarial no bairro Edson Queiroz, em busca de saber qual era o veículo do advogado, na manhã de 24 de abril deste ano.
Os dois homens informaram a funcionários do empreendimento que tinham interesse em comprar o carro. Um deles foi reconhecido por testemunhas como o ex-policial militar José Luciano Souza de Queiroz - que está preso preventivamente e foi indiciado pelo homicídio ocorrido no dia 6 de maio último.
Ao descobrir que dois homens procuraram pelo seu veículo, Di Angelis conversou com funcionários da torre empresarial e negou que estivesse vendendo o seu automóvel. O advogado ficou preocupado e perguntou sobre as imagens das câmeras de monitoramento do empreendimento.

PERÍCIA ENCONTROU RASTREADOR NO VEÍCULO - Após o crime, uma perícia técnica realizada pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) no veículo de Francisco Di Angelis Duarte de Morais descobriu que o carro era monitorado por um rastreador, que estava instalado nas proximidades da roda traseira direita do automóvel.
O ex-PM José Luciano Souza de Queiroz, de 43 anos, admitiu, em depoimento prestado ao DHPP, que esteve na torre empresarial onde o advogado trabalhava e que colocou um rastreador no seu automóvel, com apoio do também ex-policial militar Glauco Sérgio Soares Bonfim, 51 - que também foi preso e indiciado pelo homicídio.
Entretanto, Luciano negou que tenha matado Francisco Di Angelis e que conheça o autor do crime. O ex-PM alegou que realizou a instalação do rastreador por acreditar que "era um serviço relativo a 'boina'", ou seja, traição em um relacionamento amoroso. O suspeito disse também que não conhecia quem o contratou, mas aceitou o serviço por R$ 1 mil.
Já Glauco Sérgio preferiu exercer seu direito constitucional de se manter em silêncio, na Delegacia, e afirmou que irá se manifestar somente em juízo.

EMPRESÁRIO É APONTADO COMO MANDANTE DO CRIME - O empresário do ramo de saúde e de combustíveis Ernesto Wladimir Oliveira Barroso, de 42 anos, e os ex-policiais militares, Glauco Sérgio Soares Bonfim, de 51 anos; e José Luciano Souza de Queiroz, de 43 anos, foram indiciados pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) pela morte do advogado Francisco Di Angelis Duarte de Morais, de 41 anos.
O crime ocorreu no dia 6 de maio deste ano em Fortaleza. Conforme as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os dois ex-militares são os executores do crime e Ernesto Oliveira, o mandante.
As prisões temporárias dos três suspeitos, realizadas no dia 15 de junho último, foram convertidas em prisões preventivas pelo Poder Judiciário, segundo a PC-CE.
A Polícia Civil destacou que Glauco Bonfim tem antecedentes criminais por posse irregular de arma de fogo e José Luciano Souza de Queiroz já responde pelos crimes de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e lesão corporal. A motivação do crime não foi divulgada pela Polícia Civil.

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