A Controladoria Geral de Disciplina (CGD) instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta dos policiais
As agressões teriam acontecido na CPPL IV
Cinco policiais penais
foram suspensos preventivamente por 90 dias, após indícios que eles
participaram de sessões de tortura contra dois internos da Unidade Prisional
Itaitinga 4 (UP Itaitinga 4), conhecida como CPPL IV. Denúncias de maus tratos
nesta unidade vêm sendo noticiadas desde 2022, até que neste ano a diretoria da
unidade foi afastada, mas já retomou após término do prazo imposto pela
Justiça.
O afastamento dos agentes foi oficializado pela Controladoria Geral de
Disciplina (CGD), em portaria publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), da última
segunda-feira (2). A CGD instaurou processo administrativo disciplinar para
apurar a conduta dos policiais: Wandermberg
Moreira de Sousa, Izac dos Santos Muniz, Jefferson Linhares Cavalcante, Ítalo
Leite Tavares e Virgílio de Souza Reis.
Conforme a portaria, com o avançar da investigação ficou evidenciado que dois
internos sofreram possíveis agressões físicas impostas, "pelo menos a
princípio", pelo fato de um deles se recusar a tomar dois medicamentos.
ESPANCAMENTO - De acordo com a
investigação, o policial Wandermberg retirou um dos internos da cela, pelo
pescoço, "levando-o para o corredor, onde foi algemado para trás. Nesse
momento, muitos internos da ala se levantaram, pedindo que Berg não torturasse
(nome preservado), porque essa já era a quarta vez que (nome preservado) era
torturado por Berg".
"Mesmo assim, diante da situação, Berg e outros policiais penais
teriam agredido gravemente dois internos (o segundo que saiu em defesa do
primeiro), desferindo chutes na cabeça e realizando enforcamento".
Depois, os agentes teriam efetuado 10 disparos "com armamento menos
letal (munição de borracha), sendo que os tiros atingiram a cabeça, as coxas, o
joelho, o abdômen e a virilha" de um dos presos.
Izac teria efetuado quatro disparos; Jefferson um disparo e chutado a boca
de um dos internos; Ítalo, dois disparos; e Virgílio, dois disparos.
MAXILAR QUEBRADO - O Movimento pela Vida
de Pessoas Encarceradas do Ceará encaminhou fotografias de uma das vítimas
indicando a existência de hematomas de tiros de borrachas e que ela teve o
maxilar quebrado.
Em outro preso, ficou atestada a presença de feridas na coxa esquerda e joelho
direito compatíveis com ação de munição não letal, como também escoriação na
virilha direita e presença de feridas recobertas por curativos na região
inferior abdominal, ombro direito e região parietal esquerda.
Um dos internos passou
por cirurgia no Instituto Doutor José Frota (IJF), em junho deste ano
"apresentando fixadores em mandíbula e úlcera na região da cabeça".
REBELIÃO NA CPPL IV - Na última semana, o diretor da CPPL 4, investigado por episódios de tortura, retornou à função. Internos do presídio localizado na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) se rebelaram contra o retorno, tendo nove deles ficado feridos e 149 internos levados à Delegacia de Itaitinga.
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