Um dos agentes demitidos também é investigado pela suspeita de se corromper para uma facção criminosa, que o contratava para entregar aparelhos celulares aos presos
As demissões dos policiais penais foram publicadas no Diário
Oficial do Estado da última segunda-feira
O governador Elmano de Freitas assinou a demissão de três policiais penais que cometeram infrações
disciplinares, como falsificação de documentos, acúmulo de cargos públicos e
abandono do cargo público. Um dos agentes demitidos também é investigado pela
suspeita de se corromper para uma facção criminosa, que o contratava para
entregar aparelhos celulares aos presos.
As demissões dos policiais penais Milton
Oliveira Martins Neto, Samuel Guimarães do Nascimento e Hyan Dickerson Moura
Cardoso foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) da última
segunda-feira (15).
Conforme o documento, a Comissão Processante chegou à conclusão que Milton
Oliveira abandonou o cargo público, em razão de ter faltado mais de 30 dias
consecutivos, entre dezembro de 2019 e abril de 2020, sem apresentar
justificativa.
Ao ser interrogado no Processo Administrativo-Disciplinar (PAD), segundo o DOE,
"o processado declarou que parte das faltas foi justificada por meio de atestados
médicos. Em relação às faltas registradas a partir de janeiro de 2020, o
interrogado admitiu sua ausência ao serviço, aduzindo integrar grupo de risco
por ser asmático".
O PP Milton asseverou que foi orientado a apresentar atestado médico no setor
de Recursos Humanos da SAP. Todavia, não formalizou a entrega da documentação
comprobatória da sua limitação", complementa a decisão.
Milton Oliveira Martins Neto responde a um processo criminal por corrupção, por
suspeita de se corromper para uma facção criminosa. Conforme as investigações,
o servidor teria sido contratado para entregar celulares para presos, em mais
de uma oportunidade.
A facção ainda tinha o plano de pagar R$ 25 mil para o policial entregar armas de
fogo a detentos, que se utilizariam do armamento para fugir de um presídio. O
agente penitenciário foi alvo de um mandado de busca e apreensão, em junho de
2020, quando foi preso em flagrante por não estar na posse da sua arma de fogo.
O servidor alegou que estava viciado em jogos de apostas e, por isso, precisava
do dinheiro.
FALSIDADE IDEOLÓGICA E ACÚMULO DE CARGOS PÚBLICOS
O policial penal Samuel Guimarães do Nascimento foi demitido em razão das acusações de ter cometido os crimes de
falsidade ideológica e uso de documento falso, no exercício da função pública.
De acordo com o Diário Oficial, Samuel Guimarães apresentou um certificado de
conclusão do 1º Curso de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do
Piauí à Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP), em maio de
2019, para participar de um curso de operações especiais no Sistema
Penitenciário cearense e acautelar material bélico.
Entretanto, a Polícia Militar do Estado do Piauí encaminhou documentação à
Delegacia de Assuntos Internos (DAI), ligada à Controladoria Geral de
Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará
(CGD), "informando que o Policial Penal Samuel Guimarães do Nascimento não
participou do curso de operações especiais em questão, situação que culminou no
indiciamento do referido servidor nos autos do Inquérito Policial".
Já o policial penal Hyan Dickerson Moura
Cardoso teria acumulado cargos públicos, segundo o Diário Oficial. Ele
teria sido nomeado para o então cargo de agente penitenciário no Estado do
Ceará em 20 de março de 2013, tendo exercido suas funções até junho de 2019,
quando entrou de licença médica e requereu sua exoneração em 16 de agosto de
2019.
Porém, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe informou que Hyan Dickerson
se encontrava ativo no cargo de agente de Polícia Judiciária, naquele Estado, desde
junho de 2016.
Ao ser interrogado, o servidor público respondeu que não tinha conhecimento da
proibição de acúmulo de cargos públicos e que cumpria regularmente as escalas de
serviço nos dois Estados.
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