Agressão contra mulher foi registrada por populares
Condenado por agredir
uma mulher e cometer outros crimes em uma briga de trânsito, o delegado da
Polícia Civil do Ceará (PCCE) Paulo
Hernesto Pereira Tavares deve continuar a cumprir a pena de 9 anos e 6
meses de detenção em regime semiaberto, por decisão da Vara Única da Comarca de
Aurora. O Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu o cumprimento em regime
inicialmente fechado, mas a Justiça Estadual acolheu a versão da defesa e
manteve a decisão inicial, no último dia 6 de agosto.
Paulo Hernesto foi sentenciado à pena de
detenção e à perda do cargo público de delegado, pelo cometimento dos
crimes de lesão corporal (três vezes), calúnia, ameaça, resistência e desacato
- previstos pelo Código Penal Brasileiro (CPB) - além de dirigir sob efeito de álcool,
do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A sentença foi proferida no dia 18 de
julho deste ano.
Apesar de ter sido condenado à perda do cargo de delegado pela Justiça
Estadual, Paulo Hernesto não teve a demissão publicada no Diário Oficial do
Estado (DOE). Na última publicação com o nome do servidor público, em 26 de
julho deste ano (após a decisão judicial), a Superintendência da Polícia Civil
publicou o pagamento de mais de R$ 1,2 mil para o delegado, por 19 diárias no
Município de São João do Jaguaribe (entre 25 de outubro e 24 de novembro do ano
passado), para onde ele foi deslocado "com a finalidade de realizar
força-tarefa para dar andamento nos Inquéritos Policiais que tramitam naquela
delegacia".
Como aconteceram os crimes - Paulo Hernesto Pereira Tavares foi preso em flagrante pela Polícia
Militar, no Centro de Aurora, no dia 11 de novembro do ano passado, sob
acusação de dirigir alcoolizado, agredir uma mulher e um adolescente e cometer
outros crimes.
O delegado chegou a ser solto em audiência de custódia no dia seguinte, mas
voltou a ser preso no dia 24 de novembro último, por suspeita de manipular
testemunhas do caso e atrapalhar a investigação policial. No dia 2 de abril
deste ano, ele foi solto pela Justiça Estadual, que entendeu que o réu não
atrapalharia mais o processo criminal.
No dia da série de crimes, Paulo Hernesto saía de uma festa, na madrugada,
quando perseguiu com o seu carro um adolescente que trafegava de bicicleta. O
delegado perdeu o controle do veículo, se envolveu em um acidente e desceu do
automóvel, quando começou a confusão.
Uma mulher foi agredida com um tapa no rosto, que foi filmado por
testemunhas. Outras pessoas disseram que foram perseguidas e ameaçadas pelo
delegado da Polícia Civil.
A Polícia Militar foi acionada para a ocorrência, e os policiais militares
foram desacatados. Ao ser conduzido até a delegacia, Paulo Hernesto ainda teria
ameaçado um advogado que estava no local e o chamado de "advogado de
bandido".
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