Laudo apontou que vítima sofreu asfixia mecânica
Antônio José da Costa, de 23 anos, foi morto por asfixia na
zona rural de Granja
Dois policiais
militares foram demitidos da corporação por matarem um jovem ao confundi-lo com
um traficante de drogas no município de Granja, no interior do Ceará. A
demissão dos agentes foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), na última
segunda-feira (26).
Antônio José da Costa, de 23 anos,
morreu no dia 29 de janeiro de 2020, após ser abordado por uma equipe do
Comando de Policiamento de Ronda e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) composta
pelos cabos Adalberto Nascimento Dias e Edmundo Ferreira da Costa Neto, e os
soldados Marclésio Ferreira da Silva e Pedro Dias dos Santos, na localidade
Babilônia, no distrito de Timonha, na zona rural da cidade.
Na ocasião, os agentes haviam ido apurar uma denúncia de tráfico de drogas
praticada por um homem conhecido como "Tonhão Chinês". Antônio José, que era conhecido na região
apenas por "Tonhão", sem a alcunha do "Chinês" que seria o
alvo principal, foi abordado em frente de casa e os agentes encontraram com ele
uma pequena porção de maconha.
Segundo a versão dos policiais, Antônio foi algemado e enquanto os agentes
faziam buscas na casa ele fugiu do local, sendo encontrado posteriormente em um
cacimbão no quintal da residência ainda com vida, mas inconsciente.
O jovem foi levado pelos militares para a Unidade de Pronto Atendimento de
Granja, onde houve a constatação do óbito. Posteriormente, o laudo da Perícia
Forense constatou que Antônio José
morreu por asfixia mecânica. O processo que apura a morte da vítima está em
segredo de Justiça.
Demissão - Em outubro de 2021 a Controladoria
Geral de Disciplina (CGD) instaurou um Conselho de Disciplina para apurar a
conduta dos agentes, que agora resultou na demissão do cabo Adalberto Nascimento e do soldado Marclésio Ferreira da Silva.
Para o órgão, os atos cometidos por eles demonstram incompatibilidade com a
função policial militar e "ausência de condições morais" para permanecerem
nas fileiras da corporação.
O cabo Edmundo Ferreira foi punido com a sanção de 10 dias de Permanência
Disciplina, por omissão que "contribuiu para os atos infracionais, em
afronta aos valores militares". Já o soldado Pedro Dias, foi absolvido por
insuficiência de provas.
'Justiça foi feita' - A irmã de Antônio José,
que terá a identidade preservada, se manifestou nas redes sociais após a
punição dos policiais.
"Hoje vejo que a justiça está sendo feita. Dois foram expulsos dessa
profissão. Nenhum dos quatro merecem ser
policiais. Chegaram e mataram o meu irmão por covardia, sufocaram ele até a
morte. Nunca desejei mal a nenhum, só desejei a justiça de Deus e hoje estou
vendo a justiça sendo feita".
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