quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Suspeitos de matar policial queriam resgatar presos explodindo presídio no Ceará

 Plano era um "consórcio" entre faccionados do Comando Vermelho do Pará e do Ceará

Dez quilos de cocaína e centenas de munições de fuzil foram apreendidos durante as diligências para apurar a morte do policial penal José Wendesom Rodrigues de Lima

O policial penal José Wendesom Rodrigues de Lima, morto na última terça-feira, 28, no Centro de Fortaleza, estava, no momento do crime, monitorando suspeitos de promoverem uma fuga da Ala de Segurança Máxima da Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga3), na Região Metropolitana de Fortaleza.
A informação consta no inquérito policial que investiga o homicídio. Conforme o policial penal que estava com José Wendesom no momento da execução, o plano dos criminosos consistia em detonar explosivos no presídio.
Um grupo de cerca de 25 homens, utilizando de 15 a 20 fuzis, estava envolvido na ação, conforme as informações da Coordenadoria de Inteligência (Coint), da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP). Ainda conforme o policial, integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) do Pará e do Ceará fizeram um “consórcio” para viabilizar o plano. “A ideia do grupo era 'explodir' a unidade prisional e, para isso, indivíduos do estado do Pará estavam vindo, paulatinamente, ao Ceará”, consta no depoimento do agente. “Dentre as pendências para a concretização do plano estava a chegada do explosivista do grupo”.
Dos quatro, homens presos por suspeita de envolvimento no assassinato de José Wendesom, três são paraenses: James Heyller Gola Souza, de 23 anos, Isaac Lucas Oliveira de Azevedo, de 29 anos, e Will Pessoa da Silva, de 25 anos. Já Nonato Lopes dos Santos, de 31 anos, é natural do Amazonas.   
James Heyller, que foi preso enquanto tentava fugir em um carro confessou ter participado da morte de José Wendesom. Segundo seu depoimento, ele dirigiu o carro utilizado no crime. O suspeito disse ter sido "contratado" para realizar a detonação dos explosivos no presídio.
Na terça, um homem, que ainda não foi localizado, teria chamado James Heyller para uma “missão”: “resolver uma situação”, referência ao monitoramento que era realizado pelos policiais penais. Ainda conforme a oitiva, os autores dos disparos que vitimaram o policial foram Will e o homem que chamou James Heyller para a execução. Uma caminhonete modelo Hilux, onde estavam mais dois homens, dava apoio à ação. Conforme o depoimento do policial que acompanhava José Wendesom na campana, dois criminosos, cada um de um lado, atiraram em direção aos vidros dianteiros do veículo. O policial disse que só não foi atingido por estar no banco de trás do carro, de onde filmava os suspeitos do plano de fuga.
Ele conseguiu sacar a arma e atirou contra os executores, vindo a atingir Will três vezes. José Wendesom, porém, não conseguiu reagir e morreu sem conseguir sacar a arma que portava.

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