Dez quilos de cocaína e centenas de munições de fuzil foram
apreendidos durante as diligências para apurar a morte do policial penal José
Wendesom Rodrigues de Lima
O policial penal José Wendesom Rodrigues de Lima, morto na última terça-feira, 28, no Centro de Fortaleza, estava, no
momento do crime, monitorando suspeitos de promoverem uma fuga da Ala de
Segurança Máxima da Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga3),
na Região Metropolitana de Fortaleza.
A informação consta no inquérito policial que investiga o homicídio. Conforme o
policial penal que estava com José Wendesom no momento da execução, o plano dos
criminosos consistia em detonar explosivos no presídio.
Um grupo de cerca de 25 homens, utilizando de 15 a 20 fuzis, estava envolvido
na ação, conforme as informações da Coordenadoria de Inteligência (Coint), da
Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP). Ainda
conforme o policial, integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) do
Pará e do Ceará fizeram um “consórcio”
para viabilizar o plano. “A ideia do grupo era 'explodir' a unidade prisional e, para isso, indivíduos do estado do
Pará estavam vindo, paulatinamente, ao Ceará”, consta no depoimento do
agente. “Dentre as pendências para
a concretização do plano estava a chegada do explosivista do grupo”.
Dos quatro, homens presos por suspeita de envolvimento no assassinato de José
Wendesom, três são paraenses: James Heyller Gola Souza, de 23 anos, Isaac Lucas
Oliveira de Azevedo, de 29 anos, e Will Pessoa da Silva, de 25 anos. Já Nonato
Lopes dos Santos, de 31 anos, é natural do Amazonas.
James Heyller, que foi preso enquanto tentava fugir em um carro confessou ter
participado da morte de José Wendesom. Segundo seu depoimento, ele dirigiu o
carro utilizado no crime. O suspeito disse ter sido "contratado" para realizar a detonação dos explosivos no
presídio.
Na terça, um homem, que ainda não foi localizado, teria chamado James Heyller
para uma “missão”: “resolver uma situação”, referência ao
monitoramento que era realizado pelos policiais penais. Ainda conforme a
oitiva, os autores dos disparos que vitimaram o policial foram Will e o homem
que chamou James Heyller para a execução. Uma caminhonete modelo Hilux, onde
estavam mais dois homens, dava apoio à ação. Conforme o depoimento do policial
que acompanhava José Wendesom na campana, dois criminosos, cada um de um lado,
atiraram em direção aos vidros dianteiros do veículo. O policial disse que só
não foi atingido por estar no banco de trás do carro, de onde filmava os
suspeitos do plano de fuga.
Ele conseguiu sacar a arma e atirou contra os executores, vindo a atingir Will
três vezes. José Wendesom, porém, não
conseguiu reagir e morreu sem conseguir sacar a arma que portava.
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