A quadrilha teria movimentado mais de R$ 123 milhões entre 2017 e 2022.
Foram colhidos materiais na casa da delegada para subsidiar
as investigações
Uma delegada de
primeira classe na Polícia Civil de São Paulo foi afastada do cargo na última
sexta-feira (7) sob suspeita de participação em um esquema criminoso que
desviava cargas de drogas para revendê-las a traficantes. A decisão partiu da
1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Conforme investigações da Corregedoria da Polícia Civil apontaram seu possível
envolvimento em uma quadrilha que teria movimentado mais de R$ 123 milhões
entre 2017 e 2022.
O esquema contava com cerca de 40 informantes estratégicos, conhecidos como
"gansos". Eles alertavam
sobre a chegada de carregamentos de drogas a São Paulo vindos de estados como o
Mato Grosso Sul, porta de entrada da cocaína que vem do Paraguai e da Bolívia.
Além disso, policiais disfarçados realizavam apreensões falsas, desviando os
entorpecentes para galpões, onde eram adulterados antes de serem distribuídos a
delegacias. A partir disso, eram emitidos laudos falsos por peritos do
Instituto de Criminalística, que atestavam a autenticidade das drogas
adulteradas, permitindo que a quadrilha revendesse a cocaína pura sem levantar
suspeitas.
Coleta de provas - Na sexta-feira (6), um
mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência da delegada, localizada
na Vila Olímpia, bairro nobre de São Paulo. Durante a operação, foram
recolhidos celulares, documentos, arma, distintivo e carteira funcional da
servidora. Os dispositivos eletrônicos serão analisados para coletar possíveis
provas de sua ligação com o esquema.
A delegada ocupava um dos postos mais altos da hierarquia policial, sendo a
segunda patente mais importante na chefia de investigações. Seu salário mensal
era de R$ 30.232,08.
Nenhum comentário:
Postar um comentário